Segundo os dados da nova edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, divulgada nesta quarta, dia 25 de outubro, pelo Observatório do Clima, este é o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004.
De acordo com o Observatório do Clima, o crescimento é o segundo consecutivo, já que, entre 2015 e 2016, a elevação acumulada das emissões foi de 12,3%, contra a queda de 7,4 pontos no Produto Interno Bruto, que recuou 3,8% em 2015 e 3,6%, em 2016. "O Brasil se torna, assim, a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para a sociedade", diz o relatório da instituição.
Ainda conforme os dados, a alta de 27% no desmatamento na Amazônia foi a principal responsável pela elevação nas emissões no ano passado. As emissões por mudança de uso da terra cresceram 23%, e foram responsáveis por 51% de todos os gases de efeito estufa lançados pelo Brasil no período.
O relatório aponta também que quase todos os outros setores da economia tiveram queda nas emissões, com destaque para o setor de energia, com menos 7,3%, puxada pela retração da economia e pelo crescimento da participação das energias renováveis na matriz elétrica.
O setor de processos industriais teve redução de 5,9%, e o de resíduos, 0,7%. No sentido contrário, a agropecuária aumentou suas emissões em 1,7%, sendo a principal responsável pelas emissões no país, já que responde por 74% do total.
O aumento é atribuído à crise econômica, já que os abates de bovinos recuaram pelo segundo ano consecutivo, devido à queda de demanda pela carne. Como bois e vacas emitem metano (o gás de efeito estufa mais importante depois do CO²) durante a digestão e pela degradação do esterco, menos gado sendo abatido significa mais bois no pasto e nos currais e mais emissões.
(com Agência Brasil)