"Essa situação é alarmante, pois há possibilidade do indivíduo infectado pela segunda vez ter mais chance de desenvolver a forma grave da doença, que pode levar ao óbito", explica Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur. São quase 300 milhões de pessoas – mais do que toda a população brasileira – que correm maior risco de, em uma infecção secundária, desenvolver dengue hemorrágica, sem nem saberem que já foram contaminadas pelo vírus uma primeira vez.
Diferença entre as doenças
A OMS classifca a dengue em clássica, com ou sem sinais de alarme, e grave ou hemorrágica. A doença chamada de clássica sem sinais de alarme apresenta sintomas como febre alta (acima de 38º); enjoo; manchas avermelhadas na pele; dor de cabeça, no fundo dos olhos e muscular; diminuição de leucócitos no sangue (células de defesa do nosso organismo); e fragilidade dos vasos capilares. Já no problema com sinais de alarme, o paciente manifesta também vômito persistente, dor abdominal, acúmulo de líquidos, edemas (inchaço), sangramento de mucosas e aumento da concentração de células vermelhas no sangue com concomitante queda de plaquetas, o que pode aumentar os sangramentos.
Em relação á forma hemorrágica, o paciente pode apresentar ainda sangramento intenso, choque e disfunção de órgãos.
Segundo Sheila Homsani, circulam de forma imprevisível pelo mundo quatro tipos de vírus da dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). "Não há correlação entre gravidade e sorotipo da dengue. Um indivíduo que seja infectado por qualquer um dos quatro sorotipos pode desenvolver a forma grave da doença", explica a especialista.
Não há tratamento específico para o vírus da dengue, apenas formas de amenizar os sintomas, por meio de medicação específica, além de repouso e hidratação.
Vale lembrar que o melhor caminho no combate à doença é a prevenção, combatendo o mosquito Aedes aegypti.