De acordo com o especialista, a primeira medida a ser tomada é acionar um resgate especializado (Corpo de Bombeiros ou o Samu) o mais rápido possível. Outra questão importante é tomar precauções para não se tornar uma nova vítima ou comprometer a segurança de outras pessoas. "Verifique se o local onde ocorreu o acidente é seguro para transitar, pois é possível que, na tentativa de prestar o socorro, ocorram atropelamentos, principalmente em rodovias e estradas de alta velocidade. Se possível, utilize um triângulo de sinalização , a fim de deixar claro aos demais motoristas que há carros parados na pista e evitar um novo acidente. Tais situações costumam atrair grande número de curiosos, então, estabelecer uma zona de proteção ao redor da vítima é o ideal", comenta Cesar Villela.
O médico esclarece ainda que, enquanto a testemunha aguarda o resgate, mexer na vítima é sempre uma questão delicada, pois pode agravar alguma lesão que, muitas vezes, não está aparente – como, por exemplo, as da coluna cervical ou da bacia. Mas, às vezes, torna-se prioritário movê-la do local do acidente para protegê-la de uma situação de risco, como a exposição ao fogo.
Caso o acidentado diga que está com sede, o médico orienta que oferecer qualquer líquido por via oral, incluindo água, poderá causar problemas. "Isso pode provocar vômitos e, caso a vítima tenha queda nos níveis de consciência, há o risco de esse conteúdo seguir para o pulmão. Outra razão é que, caso haja necessidade de uma futura cirurgia, estar com o estômago mais vazio é fundamental. Explique isso para a vítima claramente, indicando que a negativa é para o bem dela. Caso seja possível, molhe os lábios da pessoa para proporcionar a ela uma sensação momentânea de alívio enquanto o socorro não chega", diz o especialista.
Aproveitar a espera pelo resgate para checar algumas informações com a vítima também pode ser útil. "Pergunte a ela se toma algum remédio, se tem alguma doença ou alergia e qual foi o horário da sua última refeição. Tais informações devem ser passadas à equipe de socorro", explica. O médico reforça que é necessário manter a calma e transmitir isso à vítima. "Ficar ao lado dela, demonstrar solidariedade, confiança e garantir a sua segurança são importantes. Devem-se falar palavras de apoio e jamais assustar a vítima com comentários inapropriados.