O total de casos e de problemas gerados pelo AVC poderiam ser menores se fossem adotadas medidas preventivas. "Trata-se de uma doença grave, autoimune e incapacitante, mas que tem uma grande capacidade de prevenção", afirma Rubens Gagliardi, diretor científico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Segundo a ABN, 90% dos casos de AVC estão ligados a fatores que podem ser modificados ou prevenidos. A doença pode ser prevenida por meio das seguintes ações: controle da pressão arterial; prática de exercícios físicos moderados cinco vezes na semana; manutenção de dieta saudável e balanceada com mais frutas e verduras e menos sal; redução e controle do colesterol; manutenção do peso adequado; não fumar e evitar exposição passiva ao tabaco; redução da ingestão de álcool; identificação e tratamento da fibrilação atrial; prevenção do diabetes, com acompanhamento médico; e mais conhecimento sobre o AVC.
De acordo com a organização, um terço dos AVCs ocorre em pacientes que já tiveram o problema ou que sofreram um Acidente Isquêmico Transitório (AIT) prévios. Medidas para controlar a pressão arterial e a fibrilação atrial são algumas das que podem dificultar a ocorrência da doença.
Controle do sal
O Ministério da Saúde espera reduzir em 15% os óbitos por AVC e 10% por infarto como resultado das ações do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, que tem a meta de tirar 28.562 toneladas de sódio dos alimentos processados até 2020.
Até o momento, segundo o ministério, mais de sete mil toneladas do componente químico já foram retiradas das gôndolas dos supermercados. Além disso, para reduzir o número de internações e óbitos no país por doenças crônicas, foi lançado o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que tem a expansão da atenção básica como uma das principais ações de enfrentamento.
Menores de 45 anos
O médico Rubens Gagliardi lembra que o AVC já chegou a ser a principal causa de morte no Brasil. Agora, apesar da diminuição dos casos, o que tem chamado a atenção é o crescimento da ocorrência entre pessoas mais jovens, com menos de 45 anos.
Questionado quanto a uma possível tendência, ele pondera: "É uma evidência.
No caso dos mais jovens, o Acidente Vascular Cerebral também pode estar relacionado à ocorrência de lesão na parede do vaso que leva sangue para o cérebro, por exemplo, em caso de acidente de carro. No caso de crianças, os fatores mais comuns são as doenças genéticas, segundo o Ministério da Saúde.
(com Agência Brasil).