Para evitar os custos, o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 175, de 2017, prevê a realização do plebiscito no mesmo dia das eleições de 2018. O eleitor responderia "sim" ou "não" a três perguntas. A primeira seria: "Deve ser assegurado o porte de armas de fogo para cidadãos que comprovem bons antecedentes e residência em área rural?". A segunda: "O Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma nova lei que assegure o porte de armas de fogo a quaisquer cidadãos que preencham requisitos objetivamente definidos em lei?". A terceira, quase idêntica à anterior, substitui apenas "o porte de armas" por "a posse de armas".
O PDS 175/17 aguarda relatório do senador Sérgio Petecão (PSD-AC) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para ser votado.
Debate
Massacres como o ocorrido em Las Vegas no início deste mês, quando um atirador matou 59 pessoas e feriu mais de 500, considerado o maior ataque a tiros da história moderna dos Estados Unidos, reacendem o debate sobre os problemas do acesso fácil a armas de fogo. Na opinião do senador Wilder Morais, facilitar o porte e a posse de arma por cidadãos comuns no Brasil reduzirá a criminalidade.
"Hoje, o bandido não tem receio algum de cometer um crime, pois sabe que não encontrará resistência.
No projeto, o senador também cita como exemplo os milhares de moradores de áreas rurais, que não teriam direito de possuir uma arma de fogo para defesa da família, da propriedade e das "intempéries do ambiente".
Treinamento
Já a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), a senadora Regina Sousa (PT-PI), é contra um plebiscito em um momento em que a população se sente insegura. "É preciso, antes, fazer uma discussão de um plano de segurança único, com participação dos estados e dos municípios. As polícias, que têm treinamento, às vezes agem de maneira errada, imagine as pessoas comuns que não têm treinamento? Vai comprar uma arma e levar para casa?", questiona a parlamentar.
Em resposta, o senador Wilder Morais ressalta que o acesso às armas não pode ser irrestrito. O cidadão deverá passar por testes psicológicos e treinamento direcionado para a autodefesa.
Estatuto
A maioria da população (63,9%) consultada no referendo de 2005 votou contra a comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional. Wilder observa que, após mais de 10 anos da promulgação do Estatuto do Desarmamento, não houve redução dos índices de violência. Ao contrário, o total de homicídios no Brasil aumentou em 20%, atingindo a marca de 60 mil assassinatos por ano.
(com Agência Senado).