"De acordo com os resultados obtidos e apresentados pela empresa à Anvisa em reunião no dia 27 de novembro de 2017, após cinco anos da administração da vacina, permanece positivo o benefício da vacinação na população geral e em indivíduos previamente soropositivos. No entanto, para indivíduos previamente soronegativos [não tiveram a dengue], depois de 30 meses após a 1ª dose da vacina, ocorre um aumento do risco de exacerbação da doença, com aumento de casos de dengue severa e hospitalização, ficando este risco acima daquele para indivíduos soronegativos que não receberam a vacina, embora os dados ainda não sejam conclusivos", revela a nota informativa divulgada pela Anvisa.
A agência afirma que, por enquanto, a medida imediata para remediar o problema é a atualização da bula da vacina, enquanto serão avaliados os dados completos dos estudos.
Imunizar ou não?
Neste momento, e até que a avaliação seja concluída, a recomendação da Anvisa é que a vacina não seja tomada por pessoas soronegativas, ou seja, que nunca tiveram contato com o vírus da dengue. "Esclarecemos que este risco não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina na população para a qual a vacina foi aprovada", diz a Vigilância Sanitária.
Vale lembrar que a Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015. Porém, ela está disponível apenas na rede particular de saúde e não faz parte do Programa Nacional de Imunizações.
A Anvisa lembra que, antes da obtenção do registro, a vacina chegou a ser estudada em mais de 40 mil pessoas em todo o mundo. Os ensaios clínicos teriam seguido os padrões estabelecidos por regras internacionais, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Infelizmente, a vacina da Sanofi-Pasteur é a única aprovada no Brasil para prevenção da dengue. O produto é indicado para imunização contra os quatro subtipos do vírus. Para as pessoas que já tiveram a doença, o benefício do uso da vacina permanece favorável, esclarece a Anvisa.
(com portal da Anvisa)