O estudo utilizou camundongos para fazer os testes e observou que os animais que tiveram dengue desenvolveram a chamada proteção cruzada – termo utilizado para referir-se à transferência de microrganismos. Além disso foram observadas a presença de linfócitos (células de defesa) que se formaram após a combinação dos vírus da dengue e da zika.
Os animais foram divididos em dois grupos: um que havia sido infectado inicialmente com o vírus da dengue, após recuperados foram infectados com o da zika; e um segundo grupo foi infectado pelo zika vírus sem ter tido uma infecção prévia de dengue.
Nos resultados, o grupo com infecção anterior de dengue apresentou uma carga reduzida de zika no organismo (no sangue, nos tecidos e no cérebro).
A imunidade adquirida em cobaias que tiveram o vírus da dengue, e depois foram expostos ao da zika, também mostrou que a dengue não seria potencializadora de infecções mais graves de zika. A tese de que a interação entre as duas doenças provocaria casos graves foi levantada no início da epidemia de zika no Brasil, em 2015.
A hipótese caiu por terra e, agora, os pesquisadores acreditam que uma infecção anterior por dengue pode impedir casos graves de contaminação pelo zika ou até mesmo a microcefalia em bebês gerados por mães que tiveram a doença na gestação.
Uma das conclusões dos pesquisadores é de que a presença de anticorpos da dengue pode explicar porque nem toda mulher com zika transmite a doença para o bebê e também porque algumas pessoas podem ter sido infectadas com zika e nunca terem desenvolvido a doença.
(com Agência Brasil)