Ainda segundo o especialista, é fundamental que o paciente consiga descrever em detalhes o que está sentindo, já que outras doenças também podem apresentar sintomas semelhantes. "O fato de afetar somente um olho após episódios de enxaqueca já diferencia esse problema de outros. A duração também é bastante característica, já que não costuma passar de meia hora. Em geral, dores de cabeça que persistem de quatro a 72 horas tendem a afetar um lado particular da cabeça, pulsar e provocar dor de intensidade moderada. Sensibilidade à luz, ao som, náusea e vômito também podem estar presentes", esclarece o oftalmologista.
Infelizmente, a Medicina ainda não descobriu se os medicamentos usados no tratamento da enxaqueca tradicional podem controlar a que afeta os olhos. Sendo assim, mesmo que o paciente esteja tratando seus episódios de enxaqueca com um neurologista, vale a pena consultar um oftalmologista para evitar danos mais severos à saúde ocular. "O ideal é parar tudo o que está fazendo e descansar os olhos por alguns minutos, já que os sintomas não duram por muito tempo. Além disso, o paciente deve fazer uso dos medicamentos prescritos para tratar a doença principal, quer seja à base de ácido acetilsalicílico, de medicamentos para tratar a epilepsia ou ainda de antidepressivos. O importante é que a pessoa não negligencie o problema e muito menos recorra à automedicação", comenta Renato Neves.
O médico explica que episódios de enxaqueca ocular costumam ser desencadeados depois de um longo período em jejum ou, ao contrário, depois do consumo exagerado de frituras, chocolate, café e álcool. Estresse e insônia também costumam ser um gatilho para a dor de cabeça, assim como o bruxismo – problema na articulação temporomandibular que implica em apertar e ranger os dentes durante o sono.