Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores realizaram testes em famílias de ratos, considerando o histórico de dois grupos: fêmeas provenientes de mães com alto desempenho nas esteiras de exercícios; e fêmeas de mães com baixo desempenho aeróbico. Ambos os núcleos de filhotes avaliados não realizavam exercícios e, ao atingir a puberdade, foram expostos a componentes químicos conhecidos como causadores potenciais de câncer de mama. "O resultado das análises apontou que os animais cujo histórico familiar estava relacionado ao menor desempenho de atividades físicas tinham quatro vezes mais propensão a desenvolver câncer de mama e, diante do surgimento da doença, também tiveram maior número de tumores. Eles também tendiam a apresentar a condição mais cedo em comparação aos ratos de famílias 'fitness'", explica o oncologista Daniel Gimenes, do Centro Paulista de Oncologia.
Quando observadas as células dos animais, os pesquisadores encontraram diferenças na forma como elas se comportavam. Nos ratos com herança genética relacionada à pratica de exercícios físicos havia sinais bioquímicos que evitavam uma multiplicação celular sem controle, especialmente em relação à proteína mTor (responsável pelo crescimento celular), que se torna hiperativa em mulheres com câncer de mama.
"O estudo considerou apenas a análise de ratos, mas, as descobertas relacionadas aos benefícios dos movimentos aeróbicos como herança genética, que reduz os riscos de câncer de mama, não apenas para a pessoa, mas para seus descendentes diretos, aponta para uma nova era no entendimento do valor dos exercícios físicos. São efeitos da herança de saúde guardada em nosso DNA", ressalta o oncologista.
De acordo com os autores da pesquisa, futuros estudos devem avançar sobre o entendimento mais preciso sobre os tipos e a quantidade de atividades físicas que devem promover efeitos sobre a saúde das células e os riscos de câncer.