Quem fez a crítica ao cigarro eletrônico foi o pneumologista Alberto José de Araújo, integrante da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB, durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, na terça, dia 12 de dezembro. "Esses cigarros eletrônicos causam dependência e não são inofensivos. A indústria está buscando meios de manter o seu negócio com discursos de reduzir riscos, mas, na verdade, visa manter o lucro e continuar disponibilizando nicotina. Do ponto de vista do conhecimento cientifico, esse produto é uma porta de entrada para o tabagismo", comenta o especialista.
Há nove anos a Anvisa proibiu a comercialização, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos, mas eles continuam sendo vendidos livremente pela internet. Segundo André Luiz Oliveira, representante da agência, esses equipamentos têm componentes cancerígenos, como o formaldeído, em concentração até 15 vezes maior do que a dos cigarros comuns.
A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), que propôs a realização do debate, questionou a falta de informação sobre os riscos dos cigarros eletrônicos. "Falta pesquisa, e essa é uma falha do governo brasileiro. Sabemos que fazem mal para a saúde, mas é um assunto pouco discutido.
Para o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), as pessoas falam que o cigarro eletrônico é menos danoso que o tradicional por falta de informação, já que ele também causa dependência.
Na opinião de Stella Regina Martins, do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, é necessário auxílio do estado na qualificação dos profissionais e na comunicação com a sociedade. "Temos excelentes profissionais e pouca verba para realizar estudos científicos e nos aprofundar sobre o produto. Precisamos nos comunicar mais com a população para levar os riscos e danos do cigarro eletrônico", comenta.
(com Agência Câmara Notícias).