Estado de Minas SAÚDE

Estudo associa anticoncepcional ao câncer de mama

Segundo a pesquisa norueguesa, o uso constante da pílula pode gerar risco, mesmo que pequeno, de tumor nas mamas


postado em 07/12/2017 16:37 / atualizado em 07/12/2017 16:37

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)
Depois de terem sido associadas ao aparecimento de trombose, as pílulas anticoncepcionais, agora, mesmo contendo menos concentrações de estrogênio, estão sendo acusadas de provocar câncer de mama. Um estudo feito na Dinamarca sugere que, as pílulas modernas, assim como as antigas, aumentam, mesmo que modestamente, o risco de surgimento de câncer de mama, especialmente com o uso a longo prazo. Os pesquisadores da Universidade de Copenhague encontraram um risco similar desse mesmo tumor com o dispositivo intrauterino (DIU) de progestina, e sugerem que outros tipos de anticoncepcionais hormonais, como implantes e adesivos, também provoquem o efeito. Os resultados foram publicados no periódico científico New England Journal of Medicine.

"Nenhum tipo de contraceptivo hormonal é livre de risco, infelizmente", afirma Lina Morch, do Hospital Universitário de Copenhague e principal autora do trabalho. Contudo, o risco foi bastante pequeno, totalizando um caso extra de câncer de mama por ano para cada 7,7 mil mulheres que usavam anticoncepcionais.

Segundo os cientista, cabe às mulheres decidir se, para elas, essa informação é mais importante do que os benefícios conhecidos da pílula – incluindo a redução da incidência de outros tipos de câncer. "A contracepção hormonal ainda deve ser percebida como uma opção segura e eficaz para o planejamento familiar", comenta a ginecologista Joann Manson, do hospital Brigham and Women's, de Harvard, nos Estados Unidos, em entrevista ao jornal americano The New York Times. Manson ressalta que mulheres acima de 40 anos podem optar pelo DIU não hormonal, fazer ligadura de trompas ou conversar com o parceiro sobre a vasectomia.

Para chegar à associação dos anticoncepcionais com o câncer de mama, os pesquisadores noruegueses analisaram os registros de saúde de 1,8 milhão de mulheres, com idades entre 15 e 49 anos, na Dinamarca, onde um sistema nacional de cuidados permite cruzar dados de histórico de prescrição, diagnósticos de câncer e outras informações.

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