Conforme a nota, a SBP pede que a decisão da Anvisa seja revisada com urgência, "por conta dos problemas que pode causar à saúde da população, em especial de crianças e adolescentes". Entre os problemas identificados pelos pediatras estão fatores como a inexistência de médicos nas farmácias e drogarias, que "devem estar presentes em locais de vacinação para diagnosticar casos de eventos adversos nas suas múltiplas formas de manifestação".
Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria chama a atenção para o fato de que a existência de uma rede de vacinas em postos de saúde e hospitais, com distribuição gratuita, tornaria a medida desnecessária, pois "farmácias costumam funcionar nas proximidades" desses serviços públicos. Finalmente, o texto destaca que "permitir a venda e aplicação de vacinas em drogarias e farmácias banaliza seu uso e torna a vacinação mais um produto com finalidade comercial do que uma estratégia para a prevenção de doenças".
Abaixo, listamos os motivos para a revisão da resolução da Anvisa, segundo a entidade médica, que representa 35 mil pediatras brasileiros:
- Farmácias e drogarias não contam com estrutura física e recursos humanos para realizar vacinações. Os estabelecimentos não possuem médicos, que devem estar aptos a diagnosticar e resolver possíveis reações adversas
- Após o diagnóstico de eventos adversos, para segurança do paciente, apenas o médico pode lhe prescrever tratamentos, encaminhá-lo para outros serviços de saúde ou dar alta
- Muitas farmácias ficam próximas de postos de saúde e de hospitais, que já disponibilizam vacinas, na maioria das vezes de forma gratuita. Sendo assim, não se justificaria autorizar esses estabelecimentos a comercializarem e aplicarem esses insumos
- O uso adequado das vacinas implica em administrá-las segundo calendários e critérios técnicos definidos há décadas pelo Ministério da Saúde e sociedades de especialidades. Permitir a venda e aplicação de vacinas em drogarias e farmácias seria uma forma de banalização do uso e tornaria a vacinação mais um produto comercial