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Economia

Cinco bilionários brasileiros têm mais dinheiro que metade da população mais pobre

Relatório da ONG Oxfam mostra que o patrimônio dos bilionários brasileiros alcançou R$ 549 bilhões em 2017

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Segundo um relatório da ONG britânica Oxfam, divulgado nesta segunda, dia 22 de janeiro, existem 2.043 bilionários no mundo e eles detêm 82% da riqueza.
Enquanto isso, 3,7 bilhões de pessoas vivem sem qualquer salário. O documento destaca que houve um aumento histórico no número de bilionários no ano passado: um a mais a cada dois dias. Conforme a Oxfam, esse crescimento seria suficiente para acabar, sete vezes, com a pobreza extrema no planeta.

Além disso, a ONG mostra que existe uma disparidade de gênero, pois a cada 10 bilionários, nove são homens.

O relatório também revela que o Brasil ganhou 12 bilionários a mais no período, passando de 31 para 43. "Isso significa que há mais pessoas concentrando riqueza. A gente não encontrou ainda um caminho para enfrentar essa desigualdade", comenta Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.

O patrimônio dos bilionários brasileiros alcançou R$ 549 bilhões no ano passado, um crescimento de 13% em relação a 2016. Por outro lado, os 50% mais pobres tiveram a sua fatia na renda reduzida de 2,7% para 2%. Um brasileiro que ganha um salário mínimo precisaria trabalhar 19 anos para ganhar o mesmo que recebe em um mês uma pessoa que se enquadrada entre o 0,1% mais rico.

Cinco bilionários brasileiros concentram o equivalente à metade da população mais pobre do país.
"O Brasil chegou a ter 75 bilionários, depois caiu, muito por causa da inflação, e depois, nos últimos três anos, a gente viu uma retomada no aumento do número de bilionários. Esse último aumento, de 12 bilionários, é o segundo maior que já houve na história. E o patrimônio geral também está aumentando", diz Rafael Georges, coordenador de campanhas da ONG.

Uma solução para a desigualdade social, de acordo com a Oxfam, é o investimento na geração de empregos. "O que o relatório aponta é que está acontecendo um movimento contrário, inclusive com vários países regredindo em proteção trabalhista", alerta Georges.

A organização recomenda ainda limitar os lucros de acionistas e altos executivos de empresas, garantindo salário digno a todos os trabalhadores. Indica também a eliminação das diferenças salariais por gênero. No ritmo atual, seriam necessários 217 anos para reduzir as disparidades entre homens e mulheres.

O relatório pede que os ricos paguem uma "cota justa" de impostos e tributos e que sejam aumentados os gastos públicos com educação e saúde. "A Oxfam estima que um imposto global de 1,5% sobre a riqueza dos bilionários poderia cobrir os custos de manter todas as crianças na escola", diz o relatório.

Ainda segundo o documento, mantendo o mesmo nível de desigualdade, a economia global precisaria ser 175 vezes maior para permitir que todos passassem a ganhar mais de US$ 5 por dia. "O que seria ambientalmente catastrófico", afirma a entidade.

(com Agência Brasil).