Para se ter uma ideia do risco que as bactérias resistentes representam, no início de 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), pela primeira vez na história, divulgou uma lista desses micro-organismos e fez um apelo pelo desenvolvimento de antibióticos capazes de enfrentá-los. Além da Pseudomonas aeruginosa, o documento da OMS cita a Acinetobacter baumannii e diversas enterobactérias, incluindo a Klebsiella pneumoniae, a E. coli, a Serratia spp. e a Proteus spp.
Atualmente, a estimativa é que 40% dos casos de infecção pela P. aeruginosa detectados no Brasil apresentam resistência aos remédios do tipo carbapenêmicos, como o Meropeném, que é o antibiótico mais usado para tratar infecções graves causadas por esta bactéria. "O antibiótico ceftolozana-tazobactam, atualmente, é considerado a melhor opção para tratar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa. Esse tipo de bactéria sempre foi um desafio para nós, médicos, pois são muito frequentes em ambientes hospitalares, particularmente nas UTI's", comenta o infectologista Clóvis Arns da Cunha, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Infelizmente, esse micro-organismo costuma ser resistente aos antibióticos escolhidos como forma inicial de tratamento.
Segundo estudos clínicos feitos pela farmacêutica MSD, responsável pelo Zerbaxa, o novo antibiótico demonstrou eficácia de 87% no tratamento de infecções bacterianas intra-abdominais complicadas, quando comparadas ao tratamento padrão com Meropeném. Já em relação ao combate a infecções do trato urinário causadas pela Pseudomonas aeruginosa, a eficácia chegou a 75% – os remédios tradicionais funcionam em 47% dos casos..