A única verdade nesse boato é a notícia publicada pela Fiocruz e a internação do docente. A notícia fala sobre um estudo feito pela instituição e que conseguiu realizar o mapeamento genético do vírus da febre amarela, que causou o surto no Brasil no ano passado. Os pesquisadores analisaram cepas do micro-organismo retiradas de macacos bugio mortos pela doença em fevereiro de 2017 no Espírito Santo. Após o sequenciamento genético, os cientistas da Fiocruz descobriram diferenças na cadeia do DNA do vírus em comparação com o infectante que causou vários surtos no país e na Venezuela na década de 1980.
Portanto, segundo a Fiocruz, o vírus da febre amarela que está circulando pelo Brasil em 2018, especialmente Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, é da linhagem chamada Sul Americana 1E. os pesquisadores identifiaram que essa cepa é a mesma que afeta nosso país desde 2008.
Portanto, o boato que está circulando no WhatsApp tira de contexto a análise genética do micro-organismo e não tem nada a ver com a eficácia da vacina.
Em relação ao professor da UFMG, não é possível dizer se ele realmente foi vacinado ou não. Além disso, a Encontro chegou a conversar com Akira Homma, especialista em epidemiologia e virologia, assessor científico da unidade produtora de imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz, em janeiro, e ele confirmou que o grau de proteção da vacina contra a febre amarela chega a 98%. "Nenhuma vacina é 100% [eficaz]. Isso porque algumas pessoas podem não produzir anticorpos após serem vacinadas, mas, isto é raro e está relacionado ao organismo de cada um, e não, à vacina", esclarece Akira.