Esse tipo de interação negativa entre alimentos e medicamentos mostra como a automedicação pode trazer riscos para as pessoas. Somente um especialista poderá dar orientação sobre a interação medicamentosa, que inclui também a ingestão de bebidas e até de outros remédios. "O profissional está apto a acompanhar o resultado dessa interação, que pode aumentar ou reduzir os efeitos de um ou dos dois medicamentos, por exemplo, ou pode ainda surtir um novo efeito", explica o médico Luiz Carlos Silveira Monteiro, presidente da ePharma.
O especialista orienta os pacientes a lerem cuidadosamente a bula dos medicamentos, já que nela deve constar informações importantes sobre o tratamento. Com isso, é possível saber quais as reações e os sintomas produzidos pelos remédios. "Se tiver dúvida, deve procurar orientação de um especialista. Uma conversa com o médico pode ajudar muito no tratamento", ressalta Monteiro, que lembra ainda que o uso de mais de um medicamento pode potencializar, diminuir ou até mesmo gerar reações indesejáveis.
Para se ter uma ideia das diversas interações medicamentosas, o uso de antibióticos com anticoncepcionais pode, por exemplo, reduzir a concentração de hormônios presentes na pílula contraceptiva e afetar a população das bactérias benéficas da flora intestinal. "Isso compromete a absorção do medicamento pelo organismo, reduzindo seu efeito terapêutico", explica o médico.
Ele lembra ainda que o paciente deve suspender o consumo de álcool durante os tratamentos. Nos casos do uso de anti-inflamatórios, por exemplo, a ingestão de bebidas alcoólicas pode aumentar os riscos de úlcera gástrica e sangramento. "É importante ter consciência do uso dos medicamentos associados a bebidas alcoólicas. Muitos pacientes apresentam um outro sintoma, que também precisará ser tratado", alerta o especialista.