Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar mosquitos infectados que foram capturados no ano passado em áreas rurais próximas aos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. O Instituto Evandro Chagas é vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Segundo Pedro Vasconcelos, diretor do instituto, se houver transporte do inseto para áreas urbanas, o mosquito pode vir a servir de vetor de ligação entre os dois ciclos possíveis da doença no Brasil: o ciclo urbano, que não tem sido mais registrado no país desde a década de 1940; e o silvestre, que é o responsável pelas transmissões atuais. Essa possibilidade, no entanto, ainda não está confirmada.
"Em princípio, é uma evidência. A gente não pode falar em risco ainda pelo encontro do vírus nesse mosquito Aedes albopictus. Ele é um mosquito que, por sua filogenia, é mais silvestre que urbano ou periurbano. Como ele se adapta bem às áreas florestais, ele pode ter sido infectado por macacos, mas não se sabe ainda qual é a capacidade vetorial dele", comenta Vasconcelos.
Agora, o Instituto Evandro Chagas deve trabalhar na avaliação dessa capacidade, pois apenas a presença do vírus não significa que o Aedes albopictus tenha adquirido o papel de vetor da febre amarela. Também será estudado, nos próximos dois meses, se mosquitos do gênero continuam apresentando presença do vírus nas cidades mineiras inicialmente investigadas.
A possibilidade desse mosquito atuar como transmissor intermediário já era investigada, dado que papel semelhante é exercido por várias espécies de Aedes na África, continente que ainda registra também a febre amarela urbana.
(com Agência Brasil)