"Quando não tratado, o hipotireoidismo pode causar sérios problemas de saúde como a insuficiência cardíaca, por exemplo. Na gestante, quando não diagnosticado e tratado, o hipotireoidismo levará à falta do hormônio da tireoide para o feto", explica José Augusto Sgarbi, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
O desenvolvimento dos órgãos no bebê ocorre nas primeiras 12 semanas de gestação e depende dos hormônios da tireoide produzidos pela mãe, já que o feto ainda não é capaz de produzir essas substâncias por conta própria. "Quando o bebê não tem o aporte necessário dos hormônios tireoidianos nesse período, as consequências para a saúde dele podem ser irreversíveis como alterações da cognição, diminuição do quociente de inteligência, defeitos da fala e até retardo mental", ressalta o especialista.
Até 6% das gestantes apresentam hipotireoidismo. Portanto, ao planejar a gravidez, é preciso fazer exame da tireoide, que consiste na dosagem do hormônio TSH. A mulher pode não ter hipotireoidismo fora da gestação, mas apresentá-la durante a gravidez, pois a glândula pode não conseguir produzir todo hormônio necessário à mãe e ao bebê. José Sgarbi esclarece que o tratamento é feito por meio da administração do hormônio da tireoide, o que não gera complicações para mamãe e o feto.
As mulheres que já apresentavam hipotireoidismo antes da gestação devem consultar o endocrinologista para adequar a dosagem de hormônio necessária durante a gravidez. Neste caso, normalmente, será aumentada.