Segundo a oftalmologista Tatiana Nahas, da Santa Casa de São Paulo, trata-se de uma infecção que atinge os tecidos moles que ficam na órbita ocular e, na grande maioria dos casos, atinge mais crianças que adultos. "Entretanto, adultos também podem desenvolver a celulite orbitária. Como a infecção pode se espalhar para o nervo óptico ou até mesmo para o sistema nervoso central. É preciso tratar rapidamente", comenta a especialista.
Sinusite
A maioria dos casos de celulite orbitária, cerca de 90%, ocorrem como decorrência de um processo infeccioso sinusal, ou seja, de uma sinusite que não foi tratada corretamente, esclarece a médica. Outras causas incluem: abcessos ou infecções dentárias; infecções de pele; traumas; e cirurgias oculares.
Os sinais clínicos do problema incluem a proptose (olhos salientes), inchaço, dificuldade e dor no movimento do globo ocular, vermelhidão, calor local, febre e, em alguns casos, dificuldade para enxergar.
"O diagnóstico é feito a partir da história clínica do paciente, com exame físico e levando em conta os sintomas. Podem ser solicitados exames de sangue e uma tomografia computadorizada para confirmar a suspeita e avaliar a extensão da infecção.
Tratamento
O tratamento é feito com antibióticos, anti-inflamatórios, além de cuidados locais. "É muito importante diagnosticar e tratar rapidamente a celulite orbitária. No caso de crianças e idosos, o paciente pode necessitar de internação para início da antibioticoterapia endovenosa. Em alguns pacientes, pode ser necessário a drenagem cirúrgica do abcesso", diz a oftalmologista.
Ela alerta ainda que é essencial que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos de forma rápida. "Quando isso não acontece, há um risco maior de complicações, como perda visual devido ao comprometimento do nervo óptico ou ainda a propagação da infecção para o cérebro, levando a quadros de meningite, por exemplo", completa Tatiana.
A celulite orbitária pode ser prevenida por meio do tratamento adequado das infecções dentárias e dos quadros de sinusite..