Segundo Ferreira, a medida é grave, pois pode, em vez de prevenir ou ajudar na cura, retardar diagnósticos e tratamentos. Ele explica que toda doença tem um curso natural, e o melhor é intervir nele o mais rápido possível, pois quanto mais rápido, maiores as chances de cura – no caso do câncer de intestino, por exemplo, se o quadro é descoberto em estágio inicial, as chances de regressão são próximas de 90%, sendo que caem substancialmente à medida que a doença evolui. "A pessoa pode ir para a terapia alternativa entendendo que aquilo está resolvendo o problema dela, e atrasar em dias ou meses o diagnóstico ou o tratamento", afirma o presidente da AMB.
O médico faz questão de diferenciar as terapias não reconhecidas oficialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) das especialidades autorizadas como homeopatia e acupuntura, que possuem embasamento científico e campo de atuação definido. "Estas são diferentes de um leigo, sem formação médica, que atua a partir de sua crença. As pessoas que quiserem, podem buscar estas práticas, mas estamos falando aqui de recursos públicos, de política de saúde e de um sistema que tem demandas extensas, como o aumento de casos de sífilis congênita, uma doença que praticamente só existia no século XVIII", diz Lincoln Ferreira.
Desde 2006, já eram oferecidos pelo SUS os seguintes tratamentos alternativos: acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e termalismo.