Por ser produzido com cacau, o chocolate é rico em cafeína e a teobromina. Esta substância, aliás, não é metabolizada pelo organismo do cachorro e acaba intoxicando o pet. As consequências da ingestão da guloseima incluem tremores musculares, distensão abdominal, vômitos, diarreia, hemorragia interna, ataque cardíaco e, até mesmo, a morte. Tudo depende do tipo de chocolate, quantidade ingerida e características do animal. Os riscos são maiores para filhotes, cães idosos e de pequeno porte.
Segundo a médica veterinária Andressa Cris Felisbino, da Docg., a quantidade de teobromina presente no chocolate varia conforme o tipo de produto. Cada 100 gr do usado em bolos e ovos de Páscoa caseiros, por exemplo, contêm 1.365 miligramas da substância. Neste caso, se um cão que pesa seis quilos ingerir 35 gr desse alimento, pode vir a óbito. O chocolate meio amargo possui uma concentração menor de teobromina (528 miligramas para cada 100 gr), o que faria com que a dose fatal para um cão com o mesmo peso seja de 110 gr. Já para o chocolate ao leite, o consumo de 350 gr pode matar o bichinho. Apesar do chocolate branco conter pouquíssimo cacau, é menos tóxico para os cães, mas também não deve ser oferecido pois é rico em açúcar e gordura.
"Independentemente do tipo e quantidade do produto ou porte do cão, o chocolate para consumo humano nunca deve ser oferecido aos pets, pois outros fatores adversos podem contribuir para o agravamento do quadro do animal. Não há como estipular uma quantidade segura. Além disso, a gordura e o alto teor de açúcar presente nos chocolates podem causar diarreia, problemas dentários, obesidade e serem fatais para cães diabéticos, por exemplo", comenta a especialista.
Mas não são apenas os chocolates que oferecem riscos nesse período. Alguns alimentos presentes nas refeições das famílias também são perigosos. A veterinária alerta que alho e cebola, por exemplo, podem destruir os glóbulos vermelhos, causando falta de ar e até mesmo levando a óbito. "Uvas e uvas passa são famosas vilãs, pois o sistema urinário dos pets não consegue filtrar as substâncias tóxicas presentes na fruta", diz Andressa Felisbino.
Nos dias do feriado, quando as casas costumam estar movimentadas devido às confraternizações, são grandes as chances do cão consumir um chocolate esquecido sobre a mesa ou ganhar um pedacinho de alimento, oferecido por aquele parente que quis agradar o pet às escondidas. Por isso, todo cuidado é pouco por parte dos tutores.