A pesquisa australiana foi realizada na Universidade de Queensland e, segundo os cientistas, esses animais peçonhentos poderão ajudar a combater a crescente resistência das bactérias aos antibióticos, bem como suprir a escassez de novos remédios. A informação foi divulgada pelo tabloide britânico Daily Mail.
"Este é um exemplo sobre como pegar algo que a natureza nos deu e tentar entender como funciona, para que possamos transformar em um produto mais potente, mais estável e parecido com um remédio alternativo aos que temos na farmácia, hoje em dia", comenta Sónia Troeira Henriques, investigadora portuguesa da Universidade de Queensland e uma das autoras do estudo.
O relatório dos pesquisadores mostra que peptídeos presentes no veneno da cascavel é capaz de eliminar várias espécies de bactérias. A substância atinge a superfície do micro-organismo por meio de atrações eletroestáticas provocadas pelas diferenças nas características magnéticas da membrana. Neste caso, o peptídeo tem carga positiva, enquanto a bactéria é negativa, o que permite matar o patógeno destruindo sua membrana externa.
"Como as células sadias do corpo infectado pela bactéria são neutras, elas não se desfazem", diz Sónia Henriques.
A investigação australiana contou com a participação de cientistas de todo o mundo, incluindo Portugal, Espanha e Brasil.
Agora, a equipe de pesquisadores vai tentar encontrar na natureza outros peptídeos, potencialmente capazes de combater doenças, especialmente em relação ao câncer de mama e melanoma (de pele).
(com Agência Sputnik)