O estudo, que foi publicado no periódico científico Geophysical Review Letters, descreve a chamada Anomalia do Atlântico Sul, que abrange uma área que vai do Chile ao Zimbábue, na África. Os especialistas alertam que, nessa região, o magnetismo da Terra está tão fraco que existe a recomendação para que satélites não passem por ela, como forma de evitar danos causados pelas radiações que atingem o planeta diariamente. "Nos já tínhamos conhecimento de que o campo magnético está mudando, mas não sabíamos se essa anomalia era incomum nessa região, há algum tempo, ou se era normal", comenta o físico Vincent Hare, da Universidade de Rochester e um dos autores do estudo, em entrevista para o site Science Alert, especializado em notícias científicas.
Os pesquisadores americanos descobriram ainda que esse enfraquecimento do magnetismo terrestre estaria ocorrendo há pelo menos 160 anos e que seria decorrente de uma enorme jazida de rocha densa intitulada Grande Província Africana de Cisalhamento (deformação rochosa) de Baixa Velocidade, que está situada a 2,9 mil km nas profundezas do continente africano.
Conforme os especialistas, essa densa região se encontra localizada entre o ferro derretido superquente do núcleo externo da Terra e o manto mais rígido e frio. Com isso, a jazida estaria afetando, de alguma forma, o ferro líquido, que é o responsável pela geração do campo magnético do nosso planeta.
Porém, os cientistas esclarecem que ainda são necessárias novas pesquisas para confirmar esse achado e que não é possível dizer se a inversão dos polos magnéticos deve ocorrer a "qualquer momento" ou daqui a milhares de anos.
(com portal Science Alert).