Por ser um procedimento considerado não invasivo e ter sido aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), a Vigilância Sanitária dos Estados Unidos, a criolipólise logo ganhou destaque na mídia. A estimativa é de que, logo na primeira sessão, a técnica seja capaz de absorver de 20% a 25% da gordura localziada. Isto é possível porque o equipamento utiliza o vácuo moderado para "puxar" a região composta por pele e gordura.
Recentemente, surgiu um novo tipo de criolipólise, chamada de contraste. O nome se deve ao fato de ser intercalado o uso controlado de calor e de frio na região a ser tratada. Especialistas garantem que essa novidade pode reduzir em até 40% a gordura localizada em apenas uma sessão.
Segundo o médico estético Hernán Pinto, o processo é simples e envolve três fases de variação de temperatura. Num primeiro momento é usado calor (40º C), por até cinco minutos. Em seguida, é empregado o resfriamento (8º C) por 30 minutos. Por fim, é gerada nova onda de calor (38º C) que dura 10 minutos.
O endocrinologista Danilo Höfling diz que a criolipólise de contraste é mais eficiente do que a tradicional, justamente por utilizar as propriedades do calor. "Além de resfriar as células de gordura, o método emprega aquecimento antes e depois do procedimento. Tal contraste de temperatura aumenta a eficácia do tratamento, provavelmente porque promove destruição de um maior número de adipócitos do que a criolipólise convencional", avalia o especialista.
O médico explica que o aquecimento inicial aumenta a maleabilidade dos tecidos, facilitando a sucção pelo vácuo produzido pelo aplicador. Em seguida, o frio promove a cristalização da gordura e a consequente morte programada destas células. Além disso, o frio ajuda na vasoconstrição e na redução da circulação sanguínea na região. Com a última onda de calor, são promovidos a vasodilatação e o aumento abrupto da circulação, que gera a liberação de radicais livres e uma inflamação no local. Este fenômeno seria o responsável pela maior eficácia do novo método, conforme o endocrinologista.
"Assim como a criolipólise tradicional, a de contraste é segura, quando utilizada respeitando os critérios estabelecidos e, também, já é bastante utilizada no exterior", comenta Danilo Höfling. Ele lembra que, para evitar possíveis danos à pele, devido às mudanças de temperatura, é utilizada uma manta especial, de uso único. O resultado final da técnica de contraste só é observado cerca de três meses após a aplicação.
Como qualquer outro procedimento estético, a criolipólise também apresenta algumas contraindicações. De acordo com os especialistas, o procedimento não é recomendado para quem sofrem de dermatites, pruridos, cicatrizes ou hérnias na região a ser tratada; cirurgia recente (últimos 6 meses); doença de Raynaud; gravidez; lactação; feridas abertas ou infectadas; doenças neuropáticas; sensibilidade conhecida ao frio; hemoglobinúria paroxística ao frio; crioglobulinemia; algumas doenças autoimunes; tumores e câncer.
Em relação a possíveis reações adversas, os médicos garantem que são transitórias. Dor e desconforto toleráveis durante o procedimento podem ocorrer. Após o tratamento, podem surgir reações temporárias como vermelhidão, inchaço, equimoses (roxos) e diminuição da sensibilidade da pele. Porém, eles alertam que se surgirem queimaduras na pele, o paciente terá sido vítima do uso incorreto da técnica ou das mantas de proteção.
Vale lembrar que a criolipólise de contraste pode, também, ser associada a outros métodos para potencializar ainda mais a redução da gordura localizada.