Revista Encontro

Bem-estar

Jejum intermitente pode reduzir nível de gordura no sangue e baixar a pressão arterial

Estudo inglês descobriu algumas vantagens na dieta com restrição drástica de calorias

João Paulo Martins
Existem inúmeras dietas da moda, atualmente.
Uma delas é o jejum intermitente, em que a pessoa fica sem comer nada, tomando apenas água ou chás, durante um período de oito a 16 horas. Um exemplo é ficar em jejum entre o jantar e o almoço do dia seguinte. Segundo pesquisadores da Universidade de Surrey, na Inglaterra, além de ajudar na perda de peso, se feita de forma correta, essa dieta também contribui para reduzir os níveis de gordura no sangue e para baixar a pressão arterial.

O estudo, publicado no periódico científico British Journal of Nutrition, avaliou 27 pessoas, que foram divididas em dois grupos: um deveria manter uma dieta com menos calorias durante toda a semana; enquanto o outro devia seguir manter a alimentação normal durante cinco dias e fazer uma dieta extremamente restritiva em dois dias. Neste período de jejum, os participantes só poderiam ingerir 600 calorias diárias – a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é a ingestão média de duas mil calorias para mulheres e 2,4 mil para homens, todos os dias.

Os cientistas, inicialmente, queriam avaliar os efeitos do metabolismo da gordura e do açúcar em pessoas que realizam esse jejum intermitente de 5:2 (cinco dias normais e dois restritivos), com baixíssimo consumo de calorias. Após 59 dias de acompanhamento, os voluntários que seguiram a restrição alimentar mais drástica tiveram 5% de perda de peso e seus índices de pressão arterial ficaram 9% mais baixos. O outro grupo, que apenas reduziu o consumo diário de calorias, precisou de 73 dias para ter redução nas medidas e o benefício para a circulação sanguínea foi bem menor: apenas 2% de redução da pressão arterial.

Além disso, os pesquisadores da Universidade de Surrey descobriram que os índices de gordura no sangue dos voluntários que passaram pela dieta 5:2 reduziram de forma bem mais rápida do que nos demais participantes. Para a professora Rona Antoni, uma das autoras do estudo, a dieta testada por eles pode, sim, ajudar a prevenir problemas do sistema circulatório.
Porém, ela lembra que esse método não é indicado para o público em geral e precisa ser feito de forma correta. "A chave para o sucesso de uma dieta é encontrar aquela que possa ser sustentada a longo prazo", comenta a cientista no artigo de divulgação da pesquisa..