Para a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga, o problema não está na tecnologia em si, mas, nos pais, que, muitas vezes, usam desses meios como mera distração, sem dar a devida importância ao que a criança está fazendo. "As crianças chegam ao mundo e são apresentadas a uma enxurrada de inversão de valores. Muitos pais e responsáveis acabam deixando os filhos em frente à televisão, ao tablet, ao celular, sem se preocupar com o que está sendo transmitido e acabam usando aquele meio apenas como uma distração", comenta a especialista.
O que os pais lutam para construir dentro de casa e na escola, muitas vezes, é destruído em minutos de conexão online. A psicopedagoga alerta que é importante que as crianças tenham acesso à tecnologia, desde que sejam orientadas para isso. Os pais devem esclarecer as dúvidas dos pequenos e acompanhar o processo de descobertas no mundo virtual. "O nosso papel em casa e na escola é orientar. Caso os pais ou responsáveis não estejam em casa para acompanhar a criança, é importante que haja uma pessoa que possa instruí-la ou dizer, pelo menos, o que é permitido ou não", afirma Ana Regina Braga.
A especialista explica ainda que, ao assistir determinado programa, ou ter acesso a determinado conteúdo, a criança ou o adolescente reflete sobre o que vê, faz conexões com a sua realidade e extrai os pontos positivos e negativos daquilo que acabou de visualizar. Nesses casos, é importante que os pais conversem com o jovem, explicando o que significa determinada informação, trazendo-a para a realidade de maneira adequada.
A pesicopedagoga lembra ainda que é preciso evitar ao máximo o acesso aos conteúdos inadequados e fazer o devido controle do que está sendo visto, liberando tempo para que a criança tenha oportunidade de desenvolver atividades que ajudem significativamente o aprendizado e a evolução física e mental.