"A entidade espera sensibilizar os veículos de comunicação para evitar a disseminação de atitudes incorretas durante a amamentação, como a chamada 'amamentação cruzada', que pode colocar a saúde das crianças em risco", diz o texto divulgado pela entidade médica.
Segundo a SBP, a "amamentação cruzada" (quando uma mulher amamenta o filho de outra) é contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois oferece risco de transmissão de doenças infectocontagiosas, como o vírus HIV, da Aids, sobretudo para as crianças.
"Toda a população deve dar suporte para as mães que amamentam e os pediatras devem ser valorizados por serem fundamentais ao orientar sobre o tema. Contudo, para tanto, é preciso evitar que práticas não recomendáveis, como é a amamentação cruzada, sejam difundidas, o que pode confundir e causar problemas de saúde graves. Os pediatras pedem, assim, que todos os veículos de comunicação, em especial a emissora responsável pela novela onde as cenas foram exibidas, ajudem a disseminar de modo correto as vantagens do aleitamento junto aos brasileiros", comenta Luciana Rodrigues Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Na nota, a instituição médica esclarece também que a informação divulgada pela novela, escrita por Walcyr Carrasco, de que existe leite materno "fraco" também não está correta. "É importante destacar que a amamentação deve ser estimulada, pois é o único processo natural que garante acesso ao alimento completo e mais adequado para as crianças. Por isso, deve ser oferecido, de modo exclusivo, nos seis primeiros meses, podendo ser complementado a partir de então", orienta a nota da SBP.
Os pediatras lembram ainda que existe uma forma do bebê receber leite materno de outra mulher, quando a mãe não é capaz de suprir. Neste caso, "esse leite deve ser oriundo de uma doação a um banco de leite humano, onde recebe tratamento que o deixa livre de qualquer possibilidade de transmissão de doenças".