"O tempo entre a transmissão e o aparecimento da infecção pela raiva é de, em média, 45 dias. Os principais sintomas são febre, baba em excesso, dor ou sensibilidade exagerada no local da mordida, excitabilidade, perda de sensibilidade ou força em uma área do corpo, espasmos musculares, agitação, ansiedade, dificuldade de engolir e até mesmo convulsões", explica a infectologista Marianna Lago, do aplicativo Docway.
Segundo a especialista, caso uma pessoa seja mordida por um animal desconhecido, é importante manter a calma e obter o máximo de informações sobre o bicho. Isso pode ajudar no tratamento. A ferida deve ser limpa com sabão e água e a pessoa, encaminhada para um médico, para que sejam realizadas as medidas necessárias. "Se houver risco de raiva, o paciente receberá uma série de vacinas preventivas", comenta a médica.
Nesse caso, as vacinas são aplicadas, geralmente, em cinco doses durante 28 dias. A maioria dos pacientes também recebe um tratamento chamado imunoglobulina humana para raiva.
Mesmo não existindo um tratamento efetivo conhecido para a raiva, a vacina antirrábica ainda é a melhor maneira de se prevenir o contágio. "E mesmo nessa situação delicada, se possível, entre em contato com o controle de animais para que aquele animal seja capturado de forma segura e caso haja suspeita de raiva, ele possa ficar em observação e receber o tratamento adequado", aconselha a infectologista.
Os animais
Em relação aos bichos que podem transmitir a doença, a veterinária Jueli Berger, da EsalPet, de Curitiba (PR), explica que qualquer mamífero pode ser infectado pela raiva, mas, os principais transmissores são animais silvestres como morcegos, gambás e macacos. Os bichos domesticados, como cães, gatos, bovinos, suínos, caprinos, ovinos e equídeos também podem ser vítimas do problema.
Segundo Jueli Berger, nos animais a doença pode ficar incubada por um período que varia de 15 dias a dois meses. A manifestação pode se dar de duas formas: a 'furiosa' e a muda. "A furiosa que é a mais comum apresenta três fases de sintomas", detalha a especialista. Na primeira, que costuma durar cerca de três dias, o animal contaminado apresenta mudança de comportamento, esconde-se em locais escuros, não obedece e tem momentos de agitação. Já na segunda fase, o pet começa a se mostrar extremamente agressivo, mordendo e atacando, e sendo comum inclusive a automutilação, além de apresentar salivação intensa e latido rouco devido à paralisia dos músculos de deglutição e das cordas vocais causados pela doença. Na fase final, o animal tem convulsões generalizadas, falta de coordenação motora e paralisia do tronco e membros que geralmente após 48 horas evolui para óbito.
Já na forma muda, o animal se torna melancólico e calmo demais, esconde-se em locais escuros, não come, não late, não responde aos chamados do dono e, também, apresenta paralisia gradativa dos músculos. "A melhor maneira de prevenção é a imunização adequada. Animais domésticos devem receber uma dose anual da vacina, para que não corram riscos", completa a veterinária..