O novo membro do plantel do zoológico já tem nome: Lolek, uma referência a um conhecido personagem de desenho animado da Polônia. Ele nasceu em cativeiro, no zoo da Alemanha. O leão completou seis anos de vida já em Belo Horizonte, no dia 16 de fevereiro.
Após chegar em BH, em meados de janeiro, ele permaneceu em quarentena, período de tempo variável em que o animal fica em local reservado, exclusivamente sob cuidados veterinários e observação constante. Além de ser um procedimento obrigatório, esse período é essencial para uma melhor acolhida e integração do animal ao seu novo ambiente, minimizando o estresse natural que ocorre durante qualquer transferência.
Durante a quarentena, o felino passou por uma série de exames para monitoramento de sua saúde. Foram realizados exames físicos, hemograma completo, bioquímica sanguínea, parasitológicos e de urina.
A partir de agora, Lolek ficará em um recinto de felinos, tipo fosso seco, que ocupa uma área aproximada de 1,3 mil m², reformado recentemente para recebê-lo. Ele será o novo companheiro de Hanna, uma leoa de aproximadamente 12 anos de idade que vive no zoo da capital desde 2012. Por enquanto, ambos ficarão em recintos individuais, lado a lado, apenas em contato visual, auditivo e olfativo.
De acordo com a bióloga Valéria Pereira, chefe da seção de Mamíferos do jardim zoológico de BH, os leões são mantidos no plantel do espaço de conservação desde o início dos anos 1970, oferecendo cuidados veterinários de rotina e preventivos, dieta balanceada e atividades de enriquecimento ambiental. "Dessa forma, o zoo conseguiu manter esta espécie em condições adequadas de bem-estar, o que resultou no nascimento de diversos filhotes em anos anteriores. Isso fez com que a instituição fosse reconhecida nacionalmente pelo sucesso reprodutivo com a espécie", relata a bióloga.
O último leão do zoológico da cidade, conhecido como Simba, morreu em 2015, de causas naturais, aos 17 anos de idade – a expectativa de vida da espécie, na natureza, é de, em média, 15 anos.
Lista vermelha
Atualmente, a espécie Panthera leo aparece na lista vermelha de ameaça de extinção da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). O leão está na chamada categoria vulnerável. Um estudo divulgado pela IUCN em 2008 aponta que a população de leões africanos foi reduzida em 30% nas duas décadas anteriores à realização do levantamento. As principais ameaças se devem a fatores como perda de habitat, conflitos humanos e enfermidades provenientes de animais domésticos.
As instituições que trabalham com animais de vida silvestre devem atender às disposições de todas as leis e regulações de modo a proporcionar as melhores condições de bem-estar para esses animais. De acordo com Valéria Pereira, o planejamento da manutenção do casal sob cuidados humanos pode contribuir para a sustentabilidade da espécie em longo prazo por meio do revigoramento genético. "Isso possibilita o manejo regional da população entre os mantenedores da espécie no Brasil, além de permitir a execução de projetos educativos e de conservação de forma mais racional e efetiva", destaca a bióloga do zoo de BH.
(com portal da PBH)