Na década de 1970, a estimativa dos pesquisadores era de que os pedregulhos gigantescos de arenito, que pesam várias toneladas, não ocorriam naturalmente na planície de Salisbury, no sul da Grã-Bretanha. Com isso, as pessoas que construíram Stonehenge deveriam ter retirado todas as pedras da região de Marlborough Downs, a 32 km de distância. Mas, porque eles fariam isso, ao invés de erguer o megalito nesse local?
Segundo Mike Pitts, a chamada "heel stone" (pedra 96) e a pedra 16 do monumento pré-histórico britânico podem ser a chave para esse "mistério". Essas duas pedras, ao contrário das restasntes, não foram esculpidas ou moldadas de forma alguma. Ainda assim, quando alinhadas, também marcam o ponto do horizonte do nascimento do Sol no solstício de Verão e do por do Sol no solstício de Inverno.
Com isso, se elas já estavam na região de Stonehenge, alinhadas com um fenômeno astrológico, poderiam indicar que o local já tinha importância para as pessoas que moravam nas proximidades há milhares de anos.
Mais recentemente, surgiram evidências de que sarsens podem ser encontrados nas planícies próximas do monumento megalítico, embora sejam mais escassos e menores do que os encontrados em Marlborough Downs, e com formas diferentes. Essas rochas se formaram há milhões de anos, provavelmente durante o período Terciário (começou há 65,5 milhões de anos), e teriam sido quebradas e desgastadas pelo permafrost (solo coposto por terra, gelo e pedra) de sucessivas eras glaciais.
Isso apoia a hipótese de Pitts e poderia, finalmente, ajudar a colocar um ponto final no mistério da localização de Stonehenge. "A datação por carbono pode revelar mais características rituais do monumento neolítico. Por enquanto, as duas maiores rochas naturais da planície, alinhadas com o solstício de Verão e o Sol do Inverno, fazem com que o local seja único. Tudo indica que Stonehenge não surgiu em 3.000 a.C., mas foi crescendo ao longo do tempo", comenta o arqueólogo britânico.