Estado de Minas SAÚDE

Beber álcool, mesmo que de forma moderada, pode fazer mal

Estudo mostra que o consumo de cinco taças de vinho por semana já reduz a expectativa de vida


postado em 16/04/2018 10:28 / atualizado em 16/04/2018 10:39

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Esqueça a história de que beber álcool moderadamente pode fazer bem para a saúde. Segundo um estudo realizado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, o consumo de mais de 100 g de álcool por semana (cerca de cinco ou seis taças de vinho) pode reduzir a expectativa de vida. A pesquisa, publicada na revista científica Lancet, mostra que exagerar na dose aumenta o risco de derrame, aneurisma letal, falência cardíaca e morte. Os autores lembra que o achado desafia a crença de que beber moderadamente é benéfico para o sistema cardiovascular.

O trabalho comparou informações de saúde e hábitos associados à bebida de 600 mil pessoas de 19 países – Brasil ficou de fora –, com dados controlados de idade, tabagismo, histórico de diabetes, nível educacional e profissão. O limite máximo de consumo seguro de bebidas alcoólicas foi de cerca de cinco doses por semana (100 g de álcool puro, ou cinco taças de 175 ml de vinho com 13% de álcool). Beber acima dessa quantidade foi associado a uma expectativa de vida reduzida. Por exemplo: 10 ou mais doses por semana significaram um a dois anos a menos de vida. Já 18 ou mais doses reduziram de quatro a cinco anos a longevidade das pessoas analisadas.

Os pesquisadores ingleses investigaram também a associação entre o consumo de álcool e diferentes tipos de doenças cardiovasculares. De acordo com os resultados, as bebidas elevam o risco de derrame, de falência cardíaca, de aneurisma letal da aorta e de doença hipertensiva letal. Apenas no caso de ataques cardíacos não letais, o álcool promoveu uma leve redução do risco, conforme os cientistas. "A mensagem principal dessa pesquisa é que, se você já bebe, beber menos vai ajudá-lo a viver mais e diminuir o risco de diversas condições cardiovasculares", comenta a pesquisadora Angela Wood, principal autora do estudo.

"Os níveis de consumo de álcool recomendados pelo estudo sem dúvida serão descritos como implausíveis e impraticáveis pela indústria do álcool e outros oponentes das campanhas de saúde pública sobre álcool", observa Jason Connor, do Centro de Abuso de Substâncias da Universidade de Queensland, na Austrália, em matéria publicada no site da revista Lancet.

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