Revista Encontro

Ciência

Dinossauros não teriam sido extintos por causa do asteroide

Segundo um novo estudo, foram as plantas que 'exterminaram' os répteis gigantes

Marcelo Fraga
Desde criança, aprendemos que os dinossauros foram extintos há cerca de 65 milhões de anos devido aos efeitos causados pelo impacto de um enorme asteroide.
O objeto de aproximadamente 15 km de extensão atingiu o planeta numa região que, hoje, faz parte do México, liberando uma grande quantidade de enxofre na atmosfera, o que tornou o ar tóxico e deixou a Terra escura e fria, dizimando plantas e animais, incluindo os gigantes pré-históricos – por serem répteis, dependiam do Sol para manter a temperatura do corpo mais elevada.

Só que essa famosa teoria da extinção dos dinossauros pode estar prestes a ser recontada. De acordo com o jornal indiano India Today, um estudo realizado pela Universidade de Albany, nos Estados Unidos, concluiu que a causa do desaparecimento dos répteis gigantes pode estar ligada, também, a um fato bem diferente do impacto de um corpo celeste: as plantas que muitos desses animais consumiam.

De acordo com o pesquisador Gordon Gaullup, um dos responsáveis pelo novo estudo, a população de dinossauros começou a diminuir antes da queda do asteroide e isso coincide com uma época em que muitas plantas que faziam parte de suas dietas começaram a ficar tóxicas. Por algum motivo, ainda desconhecido, os animais pré-históricos não tiveram capacidade de reconhecer a toxicidade do alimento. Com isso, continuaram a se alimentar dos vegetais, que os deixou envenenados.

Apesar dessa suposição, o cientista não descarta a história que todo mundo sabe sobre a extinção dos dinossauros, mas reforça a importância de sua pesquisa. "Embora o asteroide certamente tenha desempenhado um fator importante, o déficit psicológico que tornava os dinossauros incapazes de aprender a não comer certas plantas já havia colocado uma forte pressão sobre as espécies", comenta o professor da Universidade de Albany ao India Today.

Pesquisa

Gordon Gaullup e sua equipe estudaram pássaros e crocodilos, que são descendentes dos dinossauros. Eles perceberam que as aves não desenvolveram o paladar, mas sim, a visão para distinguir quais plantas os tornavam doentes. Isso foi suficiente para que eles sobrevivessem à toxicidade desse alimento.

Por outro lado, os pesquisadores descobriram que os crocodilos, ainda hoje, não conseguem manter um discernimento sobre qual alimento é tóxico e qual não é, muito parecido com seus antigos parentes, os dinossauros.

Ratos espertos

Ao contrário dos répteis ancestrais, os mamíferos, no caso, pequenos roedores, conseguiram desenvolver o paladar ao longo do tempo, explica Gordon Gaullup.
Segundo o cientista, os ratos não são exterminados facilmente porque experimentam pequenas quantidades de alimento antes de consumi-lo por completo. "Se uma determinada comida os deixa doentes, eles se lembram do que aconteceu e mostram uma capacidade notável de evitar o alimento, porque associam o gosto e o cheiro à reação negativa", esclarece o professor..