Muitos jovens brasileiros são vítimas do zumbido, um incômodo no ouvido que causa um som semelhante ao da abelha ou panela de pressão, cachoeira, chiado, apito, cigarra. Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP, o índice de zumbido entre os adolescentes tem aumentado significativamente, principalmente em razão do hábito de usar diariamente fones de ouvido para escutar música, na maioria das vezes, em volumes elevados. O fato desses jovens frequentarem ambientes extremamente barulhentos, como boates e shows, também agrava o problema. A grande preocupação é que os danos tendem a aumentar e podem ser permanentes.
"A Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados [nome 'científico' do zumbido] pode começar já na adolescência e vai se agravando com o tempo se os maus hábitos continuarem. Quanto mais ruído, maiores os prejuízos à audição. Dependendo da frequência, do tempo de exposição ao som elevado e da predisposição genética, o indivíduo pode sofrer danos auditivos cada vez mais severos, de forma contínua e elevada ao longo da vida", explica a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.
O zumbido pode ser um dos sintomas de danos auditivos e traz junto um outro agravante: muitos jovens afirmam não se incomodar com o ruído; não contam aos pais o que estão sentindo nem buscam ajuda médica. De acordo com a pesquisa da USP, dos 170 adolescentes participantes, 51% perceberam o ruído logo após o uso do fone de ouvido por longo período ou ao saírem de um ambiente muito barulhento. Os testes auditivos indicaram também que 28,8% dos adolescentes sentiram zumbido em níveis comparados aos de adultos.
Esse problema no ouvido ocorre quando, por algum motivo, os componentes da via auditiva emitem estímulos sonoros mesmo quando não há nenhum som. Para quem sente zumbido, a dica é procurar um profissional o quanto antes. "Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. Quem utiliza fones de ouvido ou se expõe a volumes altos constantemente deve fazer uma avaliação chamada audiometria. Esse exame revela se o paciente já tem perda auditiva e qual o grau dessa perda. A partir daí é indicado o melhor tratamento", diz a especialista.
A fonoaudióloga lembra que ouvir música é uma ótima distração, mas é preciso ter cuidado com o volume e com o uso prolongado de fones de ouvido em níveis elevados. "Som intenso e frequente acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis à audição com o passar do tempo. O zumbido é um sinal de advertência. Com essa exposição permanente, adolescentes poderão começar a apresentar perda de audição muito cedo, entre 30 e 40 anos", enfatiza Isabela Carvalho.
BEM-ESTAR
Jovens brasileiros estão sendo vítimas de zumbido no ouvido
Problema é causado pelo uso prolongado de fone de ouvido em volume muito alto ou pela permanência em ambientes barulhentos
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