Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Segundo a ONU, materiais de pesca jogados ou deixados nos oceanos estão ameaçando a vida marinha

Redes, tarrafas e linhas estão causando a chamada 'pesca fantasma'; entenda!


postado em 27/04/2018 15:48 / atualizado em 27/04/2018 16:05

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A  Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em conjunto com a ONU Meio Ambiente, divulgou nesta sexta, dia 27 de abril, um alerta sobre a chamada "pesca fantasma", que ocorre quando o equipamento perdido ou abandonado por pescadores – principalmente as redes ou tarrafas – nos oceanos permanece capturando espécies e sendo um perigo para a vida marinha.

A estimativa é que cerca de 10% de todo o lixo deixado no mar tenha origem em restos de material de pesca perdidos ou abandonados. No total, aproximadamente 640 mil toneladas desse tipo de equipamento são perdidos nos oceanos todos os anos. Além dos prejuízos para a fauna e para o meio-ambiente, a "pesca fantasma" representa uma ameaça à subsistência de milhões de pessoas que tiram o sustendo dos mares.

Segundo a FAO, os "países estão desenvolvendo grandes esforços para melhorar o estoque de peixes, mas esses esforços podem ser prejudicados drasticamente se o impacto da pesca fantasma continuar a aumentar".

Esse material mata peixes e outras espécies, como baleias, golfinhos, focas e tartarugas. Também prejudica o fundo do mar e todo o ambiente marinho, além de criar problemas de navegação quando se prendem às hélices, aos cascos ou aos lemes de embarcações. O lixo também chega ao litoral, virando um risco para pássaros, caranguejos outras espécies costeiras.

Soluções

O material usado ne pesca acaba largado no mar por diferentes razões, incluindo mau tempo, acidentes, negligência, ou mesmo, abandonado por estar danificado ou não interessar mais. De acordo com a FAO, existem várias estratégias para resolver o problema.

A agência da ONU sugere marcar o equipamento com o nome do dono para facilitar a sua recuperação. Também propõe não responsabilizar o culpado, como forma de aumentar as denúncias e a probabilidade de recuperar o lixo.

Combater a pesca ilegal, dar incentivos financeiros para a devolução, e usar novas tecnologias, como dispositivos de localização, são outras sugestões. A FAO também acredita que os portos devem ser equipados com equipamentos de recolha do material perdido e com locais específicos onde o material possa ser despejado.

Como forma de tentar solucionar esse problema, a FAO criou um tratado internacional, chamado Acordo de Medidas de Portos, que procura combater a pesca ilegal. Uma das regras do tratado pretende garantir que todo o material de pesca deve ser autorizado e assinalado com a identificação da embarcação à qual pertence.

Até 16 de janeiro de 2018, o tratado já havia sido subscrito por 52 países, incluindo Cabo Verde, Moçambique, São Tome e Príncipe e Portugal.

(com ONU News e Agência Brasil)

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