"Porém, atualmente, o que se vê na prática clínica é um pouco diferente. Há mulheres que têm casamentos ótimos, que dizem amar seus maridos, mas que buscam na traição uma fuga da monotonia sexual, assim como uma forma de ter mais romance e paixão em suas vidas", comenta a psicóloga Marina Simas de Lima, do Instituto do Casal, de São Paulo (SP).
Uma pesquisa feita pelo site de relacionamentos Ashley Madison, que ouviu 100 mulheres casadas, com idades variando de 35 a 45 anos, mostra que 67% das entrevistadas buscavam paixão, romance e sexo. Nenhuma delas estava pensando em se divorciar do marido.
"Depois da invenção da pílula anticoncepcional houve uma abertura maior para a igualdade de gênero quando o assunto é infidelidade. A mulher, hoje, tem mais autonomia e independência financeira, além de oportunidades de ser infiel. O que antes se apresentavam mais aos homens, acabam por fazer parte dos cenários femininos na atualidade", comenta a especialista.
Já para a também psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, a infidelidade é algo complexo e cada pessoa possui uma "motivação" diferente para justificá-la. "Trair sempre será uma questão de escolha, independente da razão ou justificativa dada. O fato é que, infelizmente, as pessoas não são educadas ou orientadas sobre a vida sexual ou sobre o que esperar da vida sexual no casamento. Muitos casam pensando que o ritmo, a paixão e o romance irão durar para sempre. Essa expectativa pode ser frustrante e ser usada como justificativa para a infidelidade", diz Denise.
Para tentar resolver a falta de apelo sexual dentro do casamento, a primeira dica das especialistas é ter um bom autoconhecimento sexual. "Tanto o homem quanto a mulher precisam se conhecer, entender o que lhes dá prazer, do que gostam. Depois, a comunicação do casal precisa ser boa. Ambos precisam saber se expressar quando o assunto é intimidade, sexo e afetos. E, claro, a paixão dos anos iniciais pode até desaparecer, mas o romance pode e deve ser alimentado por ambos", comenta Marina Lima.