Estado de Minas COMPORTAMENTO

Cada vez mais mulheres adiam a gravidez

Aperfeiçoamento profissional é uma das justificativas


postado em 04/05/2018 16:47 / atualizado em 04/05/2018 16:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Dados do IBGE apontam que a mulher com curso superior ganha 75% do homem com o mesmo cargo. Apesar da diferença que ainda persiste, ao longo dos anos, as trabalhadoras ganham cada vez mais o mundo corporativo, atingindo, atualmente, 48% do mercado de trabalho, de acorco com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com isso, a independência financeira, a autonomia, o reconhecimento profissional e o status social viram conquistas importantes e acabam adiando a gravidez.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos subiu 49,5% em 20 anos, passando de 51.603 em 1995, para 77.138 em 2015. Para o ginecologista Renato de Oliveira, da Criogênesis, de São Paulo (SP), esse número está relacionado a questões pessoais ou à carreira profissional. "Apesar da gravidez tardia ser uma realidade, vale lembrar que as mudanças biológicas não acompanham as transformações sociais. Portanto, para quem deseja focar na carreira e engravidar mais tarde, uma ótima opção são as técnicas de reprodução assistida", comenta o médico.

Se a mulher deseja postergar a gravidez, independentemente do motivo, é indispensável consultar um especialista para entender os riscos e os tratamentos adequados. "Os métodos de reprodução assistida, como a ovodoação e a preservação da fertilidade [congelamento de oócitos, que dão origem aos óvulos], são alternativas para a conquista da gravidez. Quando a mulher decidir engravidar, os embriões preservados serão transferidos para o útero e o teste de gravidez será feito em, aproximadamente, 12 dias", esclarece o especialista. A recomendação é que se faça o congelamento até os 35 anos, para garantir resultados mais eficazes.

No caso da ovodoação, é realizada a técnica de fertilização in vitro (FIV), na qual os ovários da doadora são estimulados com medicamentos hormonais injetáveis para posterior captação dos oócitos. "Este procedimento pode ocorrer com mulheres submetidas ao tratamento de reprodução assistida para fins de doação compartilhada, no qual parte dos oócitos captados serão fertilizados em laboratório com o intuito de formarem embriões para a doadora e, em troca, a receptora poderia custear o tratamento [da doadora]. Ressalta-se que qualquer doação é anônima, assim, a identidade das pessoas envolvidas no processo não será revelada", afirma Renato de Oliveira.

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