No estudo piloto, 10 portadores de Alzheimer mudaram a alimentação por três meses e foram submetidos à dieta cetogênica, baseada em ingestão mínima de carboidratos e rica em gorduras, que faz com que o corpo passe a usar a gordura como fonte de energia.
Segundo o especialista, o Alzheimer cria dificuldades para os neurônios utilizarem a glicose como fonte de energia para a célula. A dieta cetogênica, por sua vez, aumenta o consumo da gordura pelo corpo como forma de obtenção de energia para a célula e reduz a dependência do carboidrato para essa função. Com menos açúcar, fica reduzida a produção de insulina, o que faz o fígado oxidar a gordura existente no organismo, gerando "corpos cetônicos", que são usados pelos neurônios doentes como forma de energia, já que não conseguem utilizar a glicose.
"Só no Brasil, temos 1,5 milhão de pessoas com Alzheimer e essa doença ainda não tem cura. O resultado desse estudo, apesar de estar na fase piloto, nos deixa esperançosos e aponta um novo caminho para o tratamento e melhor qualidade de vida para as pessoas acometidas por esse tipo de demência", ressalta o médico.
A dieta cetogênica elimina das refeições todos os alimentos ricos em carboidratos (arroz, macarrão, batata, milho, pães, bolos e doces) e aumenta o consumo de alimentos ricos em gorduras, como queijos, creme de leite e iogurtes sem açúcar, mantendo boa quantidade de proteínas na alimentação, como carnes, peixes e ovos. O neurocirurgião lembra que, antes de mudanças radicais nos hábitos alimentares é preciso consultar o médico para definir a melhor dieta para cada caso..