Os cientistas da Universidade de Ottawa, no Canadá, convidaram mais de seis mil fumantes e os separaram em diferentes grupos.
O estudo aponta que, para os fumantes que receberam a oferta em dinheiro, houve um salto significativo nas taxas de sucesso após seis meses do processo de interrupção do vício. Eles tiveram cerca de duas vezes mais capacidade de largar o tabagismo do que o grupo que recebeu cigarros eletrônicos e adesivos de nicotina.
"As pessoas respondem a recompensas monetárias", comenta o pesquisador Andrew Pipe, professor de Medicina na Universidade de Ottawa, em entrevista para o portal canadense de notícias Global News.
A maioria dos fumantes sabe que fumar é prejudicial e manifesta interesse em parar o vício, afirma o cientista, mas, muitas vezes, apenas falar sobre a diminuição da expectativa de vida e sobre as doenças não é suficiente. "As abordagens para 'assustar' os fumantes não são realmente necessárias. O que os fumantes valorizam é %u200B%u200Ba oferta de assistência", diz Pipe.
Esse incentivo monetário é tão "poderoso" quando de trata do vício no cigarro que, na pesquisa canadense, apenas 2,9% dos voluntários que receberam a opção de "depósito resgatável" – referente aos US$ 600 que poderiam ser retirados conforme parassem de fumar – desistiram do processo. Além disso, 12,7% ficaram livres do tabaco após seis meses.
Andrew Pipe acredita que essa abordagem de incentivo em dinheiro se tornará cada vez mais comum.
O problema é que esse dinheiro precisa vir de algum lugar. O pesquisador canadense acredita que a criação de um tributo para a indústria "geradora de poluição" poderia ser uma possível solução. "Precisamos começar a fazer com que a indústria do tabaco pague pela 'carnificina' que produzem como consequência por viciar deliberadamente as pessoas com a nicotina", diz Pipe..