Segundo o professor Max Langer, da USP, que participou da descrição da nova espécie, ela pode contribuir para se desvendar o gigantismo entre os dinossauros herbívoros. O animal foi nomeado Bagualosaurus agudoensis e viveu no período Triássico, há cerca de 230 milhões de anos. Ele faz parte da linhagem dos sauropodomorfos – grupo de dinossauros herbívoros, que inclui os maiores dinossauros conhecidos, especialmente os quadrúpedes de portes titânicos e pescoços compridos.
É a sétima espécie de dinossauro do Triássico encontrada no Rio Grande do Sul e, segundo os pesquisadores, deve ter convivido com outras quatro: Pampadromaeus barberenai, Saturnalia tupiniquim, Buriolestes schultzi e Staurikosaurus pricei. "Além de maior que seus parentes da época, que eram onívoros, o Bagualosaurus apresentava dentes adaptados para se alimentar de plantas. Esse novo hábito alimentar foi crucial para que os sauropodomorfos pudessem atingir grandes tamanhos, como se veria milhões de anos mais tarde", esclarece Flávio Pretto, da Universidade Federal de Santa Maria, líder do estudo.
Apesar de não ser um gigante como seus parentes do Jurássico e do Cretáceo, o Bagualosaurus era um dinossauro grande para a época. Inclusive, o nome do animal faz alusão a esse aspecto: entre outros usos, "bagual" é uma gíria gaúcha usada para se referir a um animal grande.
"Há 230 milhões de anos, quando eles começaram a surgir no planeta, a maior parte dos dinossauros eram pequenos, mal chegavam a 1,5 m do focinho à ponta da cauda, enquanto o Bagualosaurus ultrapassava os 2,5 m de comprimento", afirma Pretto.
Para Max Langer, dinossauros tão antigos são bastante raros, com esqueletos bem preservados encontrados apenas no sul do Brasil e no noroeste da Argentina. "Quase tudo o que se sabe sobre a aurora dos dinossauros provém desses fósseis sulamericanos", diz o professor da USP.
(com Jornal da USP).