A proposta estabelece que gestores de bancos de dados terão acesso a todas as informações sobre empréstimos quitados e obrigações de pagamento que estão em dia de pessoas físicas e jurídicas para formação de um histórico de crédito. Esses dados poderão ser usados por instituições financeiras para a criação de uma lista pública de bons pagadores. A medida estabelece ainda que o banco comunique ao cliente sobre a inclusão de seu nome no cadastro, além de informar os canais disponíveis para o cancelamento desse cadastro no banco de dados.
A votação da proposta deve ser concluída na próxima semana, quando os destaques e as emendas serão votadas no plenário. O texto ainda será analisado pelo plenário do Senado.
Para Guilherme Afif Domingos, diretor-presidente do Sebrae, o projeto, quando entrar em vigor, vai destravar o acesso ao crédito, uma vez que será possível distinguir os bons dos maus pagadores. " sempre mantiveram spreads extremamente altos para jogar na média, fazendo com que o bom pagador pague uma taxa de risco pelo mau pagador", comenta Afif.
O Sebrae calcula que a iniciativa de incorporar cidadãos e empresas no Cadastro Positivo poderá reduzir a inadimplência em até 45%. Além disso, estimativa das entidades que compõem a Frente do Cadastro Positivo indica que, a médio prazo, os efeitos do cadastro poderão injetar até R$ 1,1 trilhão na economia, promover um aumento de R$ 790 bilhões na geração de negócios e incluir 22 milhões de pessoas no mercado de crédito, mesmo quem não tem comprovação de renda.
Quem também comemorou a aprovação do projeto foi o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que reúne o banco de dados sobre o histórico de pagamentos realizados pelos consumidores, também comemorou a aprovação do texto-base do projeto de lei do cadastro positivo. O SPC Brasil avalia que as consequências das novas regras podem tornar o acesso ao crédito mais fácil e com juros menores para consumidores e empresas que honram seus compromissos financeiros, com uma análise de risco mais realista na concessão dos créditos.
A entidade também está otimista com o efeito no empresariado, que sentirá mais confiança para os financiamentos, empréstimos e compras a prazo.
(com Agência Brasil e SPC Brasil).