A equipe conduziu a análise de dados de 19 estudos feitos em oito países, somando mais de 47 mil participantes. "Verificamos praticamente todos os bancos de dados bibliográficos existentes de estudos médicos e também entramos em contato com autores pessoalmente. Alguns deles nos forneceram dados não publicados", conta a pesquisadora Bahi Takkouche, autora do estudo, no artigo divulgado recentemente.
Conforme a análise dos dados, o consumo moderado de álcool (uma taça de vinho ou um copo de chope) foi associado ao aumento de 45% no risco de aparecimento da TPM. No caso da ingestão elevada (mais de uma taça de vinho ou de um copo de chope ou uma lata de cerveja), o risco subiu para 79%. Os pesquisadores sugerem que uma explicação plausível para esse fenômeno é que o consumo de álcool altera os níveis de hormônios sexuais esteroides e gonadotrofina durante o ciclo menstrual, o que desencaderia o problema. Há ainda a possibilidade de as mulheres recorrerem aos drinques para aliviar os sintomas da TPM.
"O grande número de estudos incluídos, assim como sua qualidade, apontam para uma associação entre o consumo de álcool e o risco aumentado de desenvolver síndrome pré-menstrual. Entretanto, ainda é cedo para estabelecer uma relação causal entre a ingestão de álcool e a TPM", pondera Márcia Mendonça Carneiro, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Apesar do estudo definir uma relação de causa e efeito, os autores ressaltam a importância dos resultados.