Sabendo que a prática rotineira de atividades físicas é importante e protege o organismo de inúmeras doenças, os pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido, queriam saber se os exercícios seriam úteis também para pessoas já diagnosticadas com demência.
Embora a rotina de exercícios tenha melhorado a saúde física dos participantes, no curto prazo, isso não se traduziu em melhorias em relação à dependência diária dos pacientes com demência – incluindo a redução do risco de quedas – ou aumentou a qualidade de vida ou benefícios comportamentais.
"Há também a possibilidade de que a intervenção possa piorar a cognição", afirmam os autores no artigo científico que foi publicado no periódico BMJ, na quarta, dia 16 de maio.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem 47,5 milhões de pessoas em todo o mundo com demência, termo que representa uma série de sintomas que afetam a memória, o pensamento e o comportamento, mas que é comumente associado ao Mal de Alzheimer.
A pesquisa
No estudo, uma equipe formada por pesquisadores de Oxford e da Universidade de Warwick, também no Reino Unido, avaliaram 494 idosos – com média de idade de 77 anos – que eram pacientes de clínicas de memória em toda a Inglaterra.
Os cientistas criaram uma rotina de exercícios para 329 dos voluntários, enquanto os outros 165 receberam os cuidados recomendados para o tratamento da demência.
Após 12 meses, o teste de comprometimento cognitivo relativo – medido pela Escala de Avaliação de Mal de Alzheimer – constatou que o comprometimento médio aumentou para 25,2 no grupo que realizou as atividades físicas, enquanto no grupo de controle chegou a 23,8.
Os cientistas lembram que, embora o resultado tenha sido estatisticamente significativo, a pequena diferença sugere que o tipo e a intensidade do exercício precisam ser estudados mais a fundo..