"Os dentes são autênticos, não há nenhuma dúvida. O nosso estudo prova que Hitler morreu em 1945", comenta o patologista e legista francês Philippe Charlier, da Universidade Paris-Descartes, co-autor do estudo, em entrevista à agência francesa de notícias AFP. "Podemos parar com todas as teorias da conspiração sobre Hitler. Ele não fugiu para a Argentina num submarino; não está numa base escondida na Antártica; nem do lado escuro da Lua", completa o pesquisador.
A pesquisa sobre a comprovação da identidade dos restos mortais de Hitler foi publicada na sexta, dia 18 de maio, na revista científica European Journal of Internal Medicine.
A análise dos dentes maus conservados do líder nazista e de várias dentaduras também identificou depósitos brancos de tártaro e nenhum vestígio de carne – vale lembrar que o ditador alemão era vegetariano, lembra Philippe Charlier.
Entre março e julho de 2017, o serviço secreto da Rússia, intitulado FSB, juntamente com o Departamento de Arquivos do Estado Russo autorizaram que a equipe de investigadores examinasse os restos mortais do "führer" pela primeira vez desde 1946.
Além da arcada dentária, os franceses também puderam observar o fragmento de crânio que estava ligado a Hitler e que apresenta um buraco no lado esquerdo, provavelmente causado pelo suicídio cometido dentro do bunker em Berlim. Infelizmente, os cientistas não foram autorizados a recolher amostras desse fragmento.
Ainda assim, os pesquisadores avaliaram a morfologia do fragmento como sendo "totalmente compatível" com as radiografias do crânio do ditador tiradas um ano antes de sua morte.
O estudo não encontrou vestígios de pólvora nos dentes, o que indica que o revólver não foi colocado na boca. Provavelmente, ele se matou com um tiro dado na região da têmpora, dizem os especialistas. Outro ponto confirmado pela pesquisa diz respeito ao veneno. Os franceses encontraram depósitos azulados nas dentaduras, o que pode indicar uma "reação química entre o cianureto e o metal das próteses", conforme Philippe Charlier..