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Jejum intermitente do tipo '5:2' pode causar diabetes

Estudo feito pela USP mostra que essa dieta afeta o pâncreas


postado em 23/05/2018 10:20 / atualizado em 24/05/2018 08:09

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na reunião anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia, em Barcelona, na Espanha, na segunda, dia 21 de maio, mostra que existe um jejum intermitente que pode causar danos à saúde e até diabetes tipo 2.

Dietas como a "5:2", que incentiva as pessoas a comerem normalmente durante cinco dias da semana, mas restringem severamente as calorias nos outros dois, vêm ganhando popularidade devido ao "sucesso" na perda de peso. Porém, os cientistas brasileiros descobriram que esse tipo de jejum intermitente pode danificar o pâncreas e prejudicar os níveis de insulina no corpo, o hormônio responsável pela regulação do açúcar no sangue.

A pesquisa analisou os efeitos dessa dieta em ratos, que realizavam o jejum em dias alternados durante um período de três meses. O peso dos roedores e a ingestão de alimentos diminuíram ao longo do tempo, como era esperado, mas a quantidade de gordura ao redor da barriga aumentou.

As células do pâncreas responsáveis pela liberação de insulina também foram danificadas e apresentavam sinais de resistência ao hormônio – um fator de risco para o diabetes tipo 2.

"Este é o primeiro estudo a mostrar que, apesar da perda de peso, as dietas intermitentes de jejum podem danificar o pâncreas e afetar a função da insulina em indivíduos saudáveis, o que pode levar ao diabetes e a problemas de saúde graves. Devemos considerar que pessoas com sobrepeso ou obesas que optam por jejuns intermitentes podem já ter resistência à insulina. Portanto, embora essa dieta possa levar a uma perda de peso rápida, a longo prazo, pode causar sérios efeitos prejudiciais à saúde, como o desenvolvimento de diabetes tipo 2", comenta a pesquisadora Ana Claudia Munhoz Bonassa, principal autora do estudo, durante a palestra de apresentação dos resultados.

O próximo passo dos pesquisadores da USP é examinar de que forma o jejum intermitente danifica o pâncreas.

Vale lembrar que, se os níveis de insulina se tornarem muito baixos no organismo, ou se o corpo ficar resistente ao hormônio, há elevação da quantidade de açúcar no sangue, o que proporciona danos cardíacos, renais e oculares.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que o jejum de curto prazo pode produzir moléculas chamadas radicais livres, que são altamente reativas e causam danos ao corpo em nível celular. Elas também estão associadas ao maior risco de câncer e ao envelhecimento acelerado.

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