A pesquisa, realizada pela Universidade de Uppsala, na Suécia, descobriu que, ao longo do tempo, as bactérias se tornaram resistentes a doses muito baixas de antibióticos. Isso chegou a tal ponto que, após serem submetidas a níveis de remédios mais de mil vezes superiores ao do teste inicial, elas não mostraram reação.
Os cientistas explicam que as mutações no DNA bacteriano, responsáveis por essa resistência, são de um tipo diferente das que eram conhecidas até então. "Os resultados são interessantes porque mostram que as concentrações muito baixas de antibióticos presentes em muitos ambientes também podem levar a um alto grau de resistência e contribuir para esse problema da Medicina", comenta o pesquisador sueco Dan I Andersson, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista para o jornal sulafricano Independente Online.
Como se sabe, durante o tratamento com antibióticos, doses significativas da substância, que mantém sua forma ativa, inalterada, são excretadas na urina e podem, então, se espalhar em cursos d'água, lagos e no solo, atingindo lençóis freáticos. Consequentemente, esses ambientes acabam favorecendo o surgimento das chamadas superbactérias.
Durante o experimento sueco, as bactérias sofreram diferentes formas de mutação. E cada uma delas produziu uma "baixa resistência", mas, juntas foram responsáveis por um nível elevado de resistência. Além disso, as alterações genéticas ocorreram em genes que não eram considerados típicos para o surgimento de superbactérias, sugerindo que a quantidade de componentes do DNA capazes de promover o desenvolvimento de resistência tem sido subestimado..