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População mais pobre é a que mais usa o rotativo do cartão

Isso segundo relatório divulgado pelo Banco Central

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Segundo o Relatório de Economia Bancária, divulgado nesta terça, dia 12 de junho, pelo Banco Central (BC), o sistema rotativo (quando não se paga o valor total da fatura) do cartão de crédito é mais utilizado por consumidores que recentemente perderam um emprego formal e por beneficiários de programas sociais.

O crédito rotativo dura 30 dias.
De acordo com as novas regras, após esse prazo, as instituições financeiras transferem a dívida para o crédito parcelado. Até entrar em vigor essa mudança, os clientes que não pagavam pelo menos o valor mínimo da fatura em dia caíam na modalidade de rotativo não regular, com taxa de juros mais cara que a cobrada dos clientes adimplentes (regulares).

Mas, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que, a partir deste mês, a taxa de juros tem que ser igual para clientes regulares e não regulares. A pesquisa do BC foi feita com dados de dezembro de 2017, quando ainda podia ter diferenciação entre regulares e não regulares. "Nas modalidades do cartão de crédito rotativo (regular e não regular), observa-se menor participação de indivíduos com alta escolaridade, assim como maior participação de indivíduos recentemente desligados do mercado de trabalho formal e de beneficiários de programas sociais", diz o relatório do Banco Central. Além disso, acrescenta o texto, a participação de consumidores com menos tempo de emprego e menor renda também é maior no cartão de crédito rotativo do que na modalidade à vista ou parcelado com lojista.

Saldo devedor

Segundo o levantamento, entre os analfabetos o saldo devedor do cartão de crédito é dividido em 38% na modalidade à vista ou parcelado com o lojista (sem incidência de juros); 32% no rotativo regular; 6% no não regular; e 27% parcelado (com juros).

No caso do consumidor com ensino superior completo, a maior parte do saldo devedor é da modalidade à vista ou parcelado com o lojista (61%); seguido de rotativo regular (25%); parcelado (23%); e rotativo não regular (3%). Os percentuais somam mais de 100% porque um consumidor pode ter saldo em várias modalidades ao mesmo tempo.

Entre os pesquisados que usam apenas a modalidade à vista ou parcelada com o lojista, 71,4% têm emprego formal; 2,1% recebem seguro-desemprego; 12,9% não recebem seguro-desemprego ou Bolsa Família; e 19,9% são beneficiários do programa Bolsa Família.

Já na modalidade rotativo regular, 63,5% dos indivíduos têm emprego formal; 2,6% recebem seguro desemprego; 13,5% são desempregados sem nenhum auxílio; e 28,5% recebem Bolsa Família.

Segundo o BC, as taxas de juros são mais baixas para os consumidores com idade mais elevada, renda mais alta, com ensino superior e menos endividados porque apresentam um perfil de risco menor.

A pesquisa do BC envolveu 49,9 milhões de consumidores, com saldo total na carteira ativa de cartão de crédito de R$ 191 bilhões em dezembro de 2017.

(com Agência Brasil).