Estado de Minas ASTRONOMIA

Sabia que a Lua está deixando os dias mais 'longos'?

Satélite natural está se afastando aos poucos e interferindo na rotação da Terra


postado em 11/06/2018 08:48 / atualizado em 11/06/2018 09:22

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Com certeza, em algum momento, você já "reclamou" de falta de tempo para fazer todas as tarefas diárias. Para muitos, as 24 horas não são suficientes. Mas, de acordo com um estudo publicado na revista científica Proceedings of National Academy of Sciences, a Lua está ajudando a "mudar" esse cenário. A informação foi divulgada pelo site americano de notícias astronômicas Space.com.

Os pesquisadores descobriram que os dias na Terra estão ficando mais longos, e esse fenômeno pode ser atribuído ao afastamento lento da Lua. Segundo o estudo da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, há 1,4 bilhão de anos, quando nosso satélite estava mais próximo, um dia na Terra durava cerca de 18 horas. Todos os anos, a Lua fica aproximadamente 3,8 cm mais distante do nosso planeta. Com isso, à medida que ela se afasta, a rotação da Terra fica mais lenta. "É como se fosse um patinador no gelo que desacelera o giro ao esticar os braços", exemplifica Stephen Meyers, co-autor do estudo, em comunicado enviado à imprensa.

No entanto, nós não vamos perceber o aumento significativo da duração dos dias enquanto estivermos vivos – nem nossos bisnetos. Há alguns anos, a astrônoma americana Britt Scharringhausen chegou a fazer um cálculo e descobriu que em 100 anos o dia ganhou apenas dois milissegundos.

Para chegar à conclusão de que a Lua está se afastando da Terra e influenciando o movimento de rotação de nosso planeta, os cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison usaram um método estatístico chamado astrocronologia. Eles estudaram duas formações rochosas na China e no oceano Atlântico que datam de 1,4 bilhão e 55 milhões de anos, respectivamente, para entender melhor o passado da Terra.

"O registro geológico é um observatório astronômico para o sistema solar primitivo. Estamos olhando para o seu ritmo pulsante, preservado na rocha e na história da vida", comenta Meyers no mesmo comunicado.

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