Esse tipo de tumor, que produz excesso de hormônio do crescimento (GH), pode atingir todas as faixas etárias, mas a grande maioria dos pacientes são adultos. No caso de crianças e adolescentes, a produção excessiva de GH induz ao crescimento estatural exagerado (gigantismo), o que facilita o diagnóstico. Porém, nos adultos, os sintomas da doença evoluem lentamente ao longo dos anos, o que dificulta e retarda a detecção. Não é incomum, por exemplo, que pacientes relatem alterações clínicas e laboratoriais por mais de 10 anos sem que tenham sido diagnosticados e tratados adequadamente até então.
Assim, quando a doença é devidamente diagnosticada, a vítima já está em estágio avançado e apresenta sinais que chamam ainda mais a atenção, como alterações faciais (crescimento exagerado do queixo e protuberância na testa, por exemplo), crescimento exagerado de mãos e pés, doenças do coração, diabetes mellitus e hipertensão arterial mais resistentes ao tratamento.
"Outra causa do atraso no diagnóstico é o pouco conhecimento de muitos médicos acerca das particularidades desta doença. Isso porque, por ser rara, nem todo profissional tem a oportunidade de atender esse tipo de paciente durante a formação médica", afirma o endocrinologista João Carlos Ramos Dias, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba (SP).
"A acromegalia não tratada piora muito a qualidade de vida do paciente e reduz a sua expectativa de vida. O que mais limita a vida dos pacientes são as doenças osteoarticulares, e as principais causas de morte são as complicações cardio e cerebrovasculares.
Normalmente, o tratamento mais recomendado para a doença é o cirúrgico. No início, quando o tumor ainda está pequeno, pode ser totalmente retirado por um neurocirurgião experiente nesse tipo de procedimento, levando o paciente à cura sem a necessidade de nenhum tratamento complementar. Já em estágios mais avançados, após a cirurgia, ou mesmo antes dela, os medicamentos se fazem necessários, esclarece João Carlos Dias.
"O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam muito as chances de controle da doença ou mesmo de sua cura. Lembrando que é necessário o acompanhamento de especialistas nesta área para atingir estes objetivos", diz o especialista..