Estado de Minas BEM-ESTAR

Blefaroplastia também ajuda a corrigir a visão

Plástica nas pálpebras é uma questão estética e de saúde


postado em 30/07/2018 09:55 / atualizado em 30/07/2018 10:09

(foto: Regispinheiro.com.br/Reprodução)
(foto: Regispinheiro.com.br/Reprodução)
Dados de 2017 da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética mostram que o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de cirurgias plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos. As brasileiras respondem por 10,7% de todos os procedimentos realizados no mundo. Apesar da crescente adesão da população masculina aos tratamentos estéticos, a demanda feminina ainda corresponde a 86,2% das cirurgias.

Entre as mais procuradas está a blefaroplastia, cirurgia nas pálpebras. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas (SP), a boa notícia é que além de ajudar no rejuvenescimento, a plástica na pálpebra melhora a lubrificação dos olhos, a vermelhidão e até o astigmatismo. Esta é a conclusão de um estudo feito nos EUA. Os pesquisadores acompanharam 15 pacientes durante 12 meses e descobriram que, apesar do astigmatismo ter aumentado após o procedimento, um ano depois a visão se recuperou e ficou melhor do que era antes para 72% dos participantes.

Queiroz Neto explica que a piora do astigmatismo logo após a plástica está relacionada ao edema da pálpebra que, geralmente, desaparece em até uma semana. "Há evidências de que existe uma correlação entre as anomalias da pálpebra superior com as alterações na superfície da córnea, lente externa do olho", afirma o especialista. Ainda conforme o médico, o músculo elevador é responsável pelo levantamento da pálpebra superior sobre a córnea, numa ação que se repete cerca de 20 mil vezes por dia. O envelhecimento pode causar o afrouxamento desse músculo. Além disso, o excesso de pele e a formação de bolsas de tecido adiposo nas pálpebras acabam fazendo com que elas fiquem mais pesadas, sobrecarregando o elevador. Como resultado, há um "traumatismo" da córnea e sua superfície se torna irregular. "Esta é a característica do astigmatismo, vício de refração que torna as imagens desfocadas para perto e longe", comenta o oftalmologista.

Por isso, para o especialista, a correção da pálpebra caída, por meio da blefaroplastia, não deve ser adiada. "A redução do astigmatismo proporcionada pela cirurgia plástica melhora também a visão funcional. Isso porque diminui a fotofobia [aversão à luz] e o ofuscamento, melhorando a leitura; a capacidade de adaptação em diferentes níveis de iluminação; e a percepção de profundidade, das cores e do contraste", diz Queiroz Neto.

A cirurgia

O médico explica que a correção das pálpebras é realizada com anestesia local e a técnica varia conforme a avaliação prévia de cada paciente. As incisões podem ser feitas por dentro da pálpebra, eliminando cicatrizes visíveis. Quando não é possível usar esta técnica, as incisões são feitas próximas aos cílios inferiores ou na cavidade da pálpebra superior para que fiquem escondidas. O especialista afirma que o paciente costuma receber alta no mesmo dia, mas a recomendação é diminuir o ritmo nas primeiras 48 horas; fazer compressas frias com água filtrada para diminuir o edema; seguir rigorosamente a prescrição médica; e usar óculos com filtro ultravioleta por dois meses para evitar manchas na pele.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação