Em documento divulgado nesta sexta, dia 6 de julho, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alerta que o desmatamento é um dos principais desafios da América Latina. De acordo com o estudo da FAO, é fundamental conservar as áreas urbanas protegidas. No caso do Brasil, o destaque é para o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com quatro mil hectares, a área de conservação foi declarada paisagem cultural Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2012.
Ainda no documento, a FAO ressalta que, para enfrentar a proliferação de espécies exóticas e a expansão urbana, o parque foi reflorestado com árvores nativas e foram construídas infraestruturas recreativas para envolver a comunidade local e aumentar a conscientização sobre a importância da proteção das florestas urbanas.
Desde 1999, o espaço é administrado conjuntamente pela Prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Ministério do Meio-Ambiente. Cerca de 2,5 milhões de pessoas visitam o parque todos os anos. A Mata Atlântica foi restaurada e transformada em santuário para uma diversidade de espécies endêmicas.
Redução
Ao lado da queima de combustíveis fósseis, o desmatamento está entre as principais causas das mudanças climáticas, representando quase 20% das emissões de gases de efeito estufa. Pelo estudo, no período de 1990 e 2015, a área florestal mundial diminuiu de 31,6% da área terrestre do mundo para 30,6%.
O aspecto positivo é que o ritmo de perda foi abrandado nos últimos anos. A maior parte desta perda ocorreu na África subsaariana, na América Latina e no sudeste da Ásia.
Nos lugares em que a demanda de carvão vegetal é alta, sobretudo na África Subsaariana, Sudeste da Ásia e América do Sul, sua produção exerce pressão nos recursos florestais e contribui para a degradação e desmatamento, especialmente quando o acesso às florestas não está regulamentado.
Análise
O estudo da FAO informa que a proporção de pessoas que depende de lenha varia de 63% na África a 38% na Ásia, e 16% na América Latina. Apenas 9% da área florestal da América do Sul é manejada com o objetivo de proteger o solo e a água, bem abaixo da média global de 25%.
De acordo com o relatório, as florestas manejadas para a conservação dos solos e das águas têm aumentado em todo o mundo nos últimos 25 anos, com exceção da África e da América do Sul.
As florestas e as árvores fornecem cerca de 20% da renda das famílias rurais nos países em desenvolvimento. No entanto, de acordo com o relatório, existe uma forte relação entre as áreas de cobertura florestal extensiva e as altas taxas de pobreza: no Brasil, por exemplo, pouco mais de 70% das áreas de florestas fechadas (densas, com grande cobertura de copa) apresentavam taxas de pobreza elevadas.
(com Agência Brasil)
INTERNACIONAL
FAO alerta para o desmatamento na América Latina
Entidade da ONU lembra que florestas são essenciais para as cidades
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